Depois de meses praticamente paradas, as obras na Linha 4-Amarela do Metrô de São Paulo devem finalmente recomeçar. Informação divulgada nesta sexta-feira pelo governo do Estado dá conta de que a construção das Estações Higienópolis-Mackenzie e Oscar Freire será retomada no mês que vem. O restante da linha, no trecho onde ficarão as paradas São Paulo-Morumbi e Vila Sônia, ainda dependerá de uma nova licitação, a ser lançada nas próximas semanas. Com isso, terá que ser rompida parte dos contratos atuais com o consórcio responsável pelas obras, o Isolux-Corsán-Corviam, da Espanha.
Em síntese, o consórcio encabeçado pela Isolux ficará responsável por apenas um dos dois lotes para os quais havia sido contratada. A porção das obras que terá prosseguimento a partir de abril corresponde ao lote um da segunda fase da Linha 4-Amarela, cujo primeiro trecho abriu em 2010. Já a construção de São Paulo-Morumbi e Vila Sônia integra o segundo lote.
Reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo em janeiro mostrou que os canteiros de todas essas estações estavam praticamente vazios, com funcionários aparecendo só para bater o cartão no ponto. Diversas empreiteiras subcontratadas pelo consórcio Isolux-Corsán-Corviam haviam abandonado o empreendimento desde novembro do ano passado.
O consórcio informou na época que as obras estavam num ritmo mais lento porque o Metrô deixou de remeter no prazo projetos indispensáveis ao prosseguimento do empreendimento. O Metrô, por sua vez, negou e atribuiu a demora ao próprio consórcio.
Após reuniões com representantes do Banco Mundial, um dos financiadores da obra, a Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos e o consórcio Isolux-Corsán-Corviam chegaram a entendimentos. Antes desses encontros, o governo Geraldo Alckmin (PSDB), que controla o Metrô, chegou a cogitar o descredenciamento total do consórcio.
Em nota distribuída nesta sexta-feira, o Metrô informa que "as obras do lote 1 da segunda fase da construção da Linha 4 - Amarela devem ser retomadas pelo consórcio até o fim do mês de abril". "Ainda pelo acordo", prossegue o texto, o consórcio atual "terá 12 meses para concluir as obras das Estações Higienópolis-Mackenzie e Oscar Freire, além do pátio e do terminal de ônibus de Vila Sônia".
Mas o contrato para a execução do lote 2 da segunda fase das obras da Linha 4, que também estava a cargo da Isolux-Corsán-Corviam, "será rescindido pelo Metrô". Em decorrência disso, o Metrô "fará uma nova licitação para a conclusão das Estações São Paulo-Morumbi e Vila Sônia". As Estações Higienópolis-Mackenzie e Oscar Freire seriam as duas únicas entregues em todo o sistema metroviário paulistano em 2015. Agora, elas só devem ser inauguradas no ano que vem.
A assinatura dos contratos para a construção da segunda fase ocorreu no início de 2012 -- as obras nas quatro estações que compõem o escopo desses contratos se iniciaram em abril daquele ano. Os contratos, na época, custaram R$ 560 milhões. O Metrô não informou na nota atual se esse preço será mantido, nem se o consórcio terá que pagar algum tipo de multa. Também não há prazo fixo para o lançamento da nova licitação para o lote dois da segunda fase do empreendimento. As obras na Linha 4-Amarela do Metrô, que, quando concluída, terá 11 estações e 12,8 km de comprimento, começaram em 2004.
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