O presidente do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC e prefeito de Diadema, Mário Reali (PT), se reuniu ontem com o presidente da empresa, Manuel Bandeira, para tentar reverter a decisão anunciada em janeiro.
A reunião foi realizada na sede da Secretaria de Desenvolvimento Metropolitano e contou com a presença do titular da Pasta, Edson Aparecido, e dos deputados estaduais Vanessa Damo (PMDB) e Donizete Braga (PT). O fim da conexão na Luz prejudica os usuários que dependem das linhas 1-Azul (Jabaquara-Tucuruvi) e 4-Amarela (Luz-Butantã).
"Tecnicamente, diria que não tem como a operação voltar à Luz", advertiu Bandeira. Segundo o presidente, o objetivo da mudança é "garantir mais conforto" aos passageiros no terminal, por onde passam quase 500 mil pessoas ao dia. "O excesso de gente nas plataformas poderia trazer riscos às pessoas", acrescentou. A demanda na Luz aumentou no ano passado, após a inauguração da Linha 4-Amarela do Metrô.
Bandeira justificou o motivo de a Linha 10 ter sido a escolhida para o corte, e não a linha 7-Rubi (Luz-Jundiaí), que passa pela Estação Barra Funda antes de chegar ao centro da Capital. Na Barra Funda é possível acessar a Linha 3-Vermelha do Metrô. "Nossas pesquisas apontaram que a necessidade dos passageiros da Linha 7 de chegar à Luz é maior do que os da Linha 10. Decidimos, então, privilegiar a maioria." Também pesou na decisão o fato de que os usuários do Grande ABC têm uma opção a mais de baldeação, na Estação Tamanduateí, da Linha 2-Verde (Vila Prudente-Vila Madalena).
O presidente do Consórcio afirmou que entendeu os motivos apresentados, apesar de "estar indignado como cidadão". "Esperamos que, com os futuros investimentos da CPTM e do Metrô, essa decisão não seja para sempre", acrescentou Mário Reali.
PROJETOS
No dia 27, o presidente da CPTM virá à região para apresentar à população os motivos que levaram a empresa a encerrar a baldeação na Luz e apresentar novos projetos. Um deles é a criação de estação de trem no bairro do Bom Retiro, em São Paulo. A ideia é fazer com que o futuro Expresso ABC, que iria ter a Luz como ponto final, pare no novo terminal, oferencendo mais um acesso à região central da Capital. Ainda não foi definido o local da reunião, que será aberta ao público.
Diadema define se integração será cobrada
Será definido nesta semana se a baldeação nos terminais da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) em Diadema continuará ou não sendo gratuita para os usuários que saem do sistema municipal e embarcam no corredor ABD, operado pela empresa Metra. O prefeito Mário Reali (PT) deverá se reunir com os secretários de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, e Desenvolvimento Metropolitano, Edson Aparecido.
"Será a reunião derradeira para que cheguemos à decisão final", garante Aparecido. Ainda não foi definido o local do encontro.
A discussão sobre o início da cobrança surgiu em outubro, quando a EMTU fez a proposta com o argumento de que precisaria cobrir os investimentos em eletrificação, repotencialização e ampliação do corredor. Uma das possibilidades avaliadas é que o usuário pague R$ 1 para fazer a conexão.
Mesmo sem a definição oficial, a EMTU já iniciou a instalação de catracas nos corredores que servem de passagem para os usuários que fazem a baldeação. Na avaliação de Reali, isso não significa, necessariamente, que a cobrança será feita. "Isso pode ser em função da aceitação dos cartões BOM (Bilhete de Ônibus Metropolitano) no trólebus."
Passageiros demonstraram irritação ao ver os novos pontos de bloqueio. "Isso vai dar confusão. Na empresa que trabalho, eles não querem pagar outra condução", lamenta a auxiliar de produção Priscila Reis, 25 anos. Para o também auxiliar Evaldo Melo, 59, os gastos adicionais farão com que muitos usuários utilizem veículos particulares. "Com certeza vai aumentar o trânsito nas ruas.", adverte.
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