O tempo que as pessoas perdem para ir e vir do trabalho na Região Metropolitana do Rio de Janeiro gera um prejuízo de R$ 24,3 bilhões, segundo estudo divulgado nesta quarta-feira (31) pela Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro).
O levantamento considera como o custo do deslocamento de três milhões de moradores que levam mais de 30 minutos no trajeto de ida e volta para o trabalho afeta a produção. Em média, cada um gasta 2 horas e 21 minutos por dia. O estudo utiliza dados de 19 cidades de 2013 — os mais recentes disponíveis.
O tempo gasto de casa para o trabalho e de volta para casa tem crescido. Na comparação com 2011, houve um aumento de 11 minutos. Além disso, mais 135 mil pessoas passaram a gastar mais de 30 minutos nesse trajeto: uma alta de 4,7% no mesmo período. Esse total é superior à populaçao de Resende, que tem 123.400 habitantes.
A capital do Estado do Rio de Janeiro é o município responsável pela maior parte da perda: 68,3%. Um total de R$ 16 bilhões deixam de ser produzidos no Rio, que concentra 53,1% dos trabalhadores que gastam mais de 30 minutos para se deslocar e tem o maior PIB per capita. Em média, o trabalhador passa 2h14 no trajeto de ida e volta para o trabalho.
Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, é a segunda cidade com maior impacto da chamada produção perdida sobre o PIB, de 6,6% ou R$ 1,62 bilhão. Quem mora na cidade gasta 2h29 de deslocamento. Em seguida aparece Niterói, com 4,6% ou R$ 1,119 bilhão, com tempo de deslocamento de 2h11.
O maior tempo de deslocamento até o trabalho foi registrado em Japeri: 3h06. O maior impacto sobre o PIB municipal, de 9,8%, também foi registrado na cidade. Em seguida, aparece Queimados, com o tempo médio de 2h54 e o impacto de 8,4% sobre o PIB.
Itaguaí é o município pesquisado com menor tempo de deslocamento até o trabalho: 2h03. Já Guapimirim, Paracambi e Tanguá são as cidades com menor participação na perda sobre o PIB, de apenas 0,1%.
Obras de mobilidade
Na pesquisa, a Firjan concluiu que as obras de mobilidade urbana realizadas recentemente no Rio de Janeiro não serão capazes de fazer frente ao prejuízo causado pelo tempo de deslocamento dos trabalhadores. Para a entidade, é preciso melhorar o sistema de transportes, assim como fazer um reordenamento territorial.
Os principais problemas, indica o estudo, é a ausência de um adequado planejamento urbano. Ainda segundo a Firjan, a falta de infraestrutura dificulta a atração de empresas e a oferta de postos de trabalho. Por isso, boa parte população precisa fazer longos e demorados deslocamentos para o trabalho.
O estudo do sistema Firjan pode ser acessado através deste link: http://migre.me/uQCTY
Leia também:
Usuários de novos trechos do BRT economizam até três horas por dia
Brasil perde por dia 3,2 milhões de passagens de ônibus, aponta estudo
Mapa de transportes públicos do Rio de Janeiro 2016-17