Seguradoras pedem que G20 corte estímulos a combustíveis fósseis

Seguradoras com mais de US$ 1,2 trilhão em ativos pedem que durante a cúpula do G20 os governos se comprometam a eliminar subsídios

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Fonte: Overseas Development Institute  |  Autor: James Rush  |  Postado em: 30 de agosto de 2016

Seguradoras pedem que G20 corte estímulos a combus

Refinaria de petróleo: subsídio a emissões de carbono

créditos: Testo Brasil

As companhias de seguros Aviva, Aegon NV e MS Amlin assinaram com o Institute and Faculty of Actuaries (IFoA) e Open Energi uma declaração conjunta na qual alertam os governos sobre os riscos de continuar financiando a produção de petróleo, carvão e gás. A declaração está sendo divulgada hoje (30).  Ela conclama os líderes do G20 a superarem a retórica dos anos anteriores e se comprometerem com um cronograma específico para a rápida eliminação dos subsídios aos combustíveis fósseis.

 

Uma recente pesquisa do Overseas Development Institute and Oil Change International apurou que os governos do G20 gastam US$ 444 bilhões por ano para apoiar a produção de combustíveis fósseis - apesar de terem se comprometido desde 2009 com a gradual eliminação desses subsídios e com o combate às mudanças climáticas. O Brasil oferece quase US$ 50 milhões por ano para apoiar o setor de combustíveis fósseis, entre subsídios nacionais, financiamento público e investimentos em companhias estatais.

 

Mark Wilson, CEO da Aviva plc, disse: "Gerar lucro é essencial nos negócios. Mas os negócios só existirão no futuro se agirmos de forma sustentável e criarmos valor social mais amplo e de longo prazo. Isso é apenas um bom negócio - e não agir de forma sustentável é um péssimo negócio.  As alterações climáticas são a mãe de todos os riscos - para as empresas e para a sociedade como um todo. E esse risco é ampliado com maneira pela qual os subsídios aos combustíveis fósseis distorcem o mercado de energia. Esses subsídios são simplesmente insustentáveis.  Estamos pedindo aos governos que acabem com essas muletas do carbono, revelem o verdadeiro impacto para a sociedade dos combustíveis fósseis e levem em conta o preço a ser pago no futuro por ter confiado neles. Os subsídios à energia deveriam ser usados para criar um futuro sustentável através dos objetivos sociais, ambientais e econômicos estabelecidos nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas".

 


Shelagh Whitley, pesquisadora líder sobre subsídios na ODI, disse: "Estes subsídios alimentam mudanças climáticas perigosas. Se quisermos ter alguma chance de cumprir o objetivo de manter o aumento médio da temperatura do planeta abaixo dos 2°C como ficou definido no Acordo de Paris, os governos precisam iniciar rapidamente um programa de descarbonização. É extremamente preocupante, portanto, que no início deste ano os ministros de Energia do G-20 tenham agido como se o Acordo de Paris não tivesse sido fechado, repetindo as mesmas promessas vazias que eles vêm fazendo desde 2009. O setor financeiro reconhece a importância de se afastar dos combustíveis fósseis. Os governos precisam perceber que eles podem ser os únicos que ainda não se mexeram. "


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