Há pouco mais de dois anos, a bicicleta se tornou o meio de transporte oficial de Isadora Gratão, 22 anos. Estudante de jornalismo e de educação física, ela deixou de andar de ônibus e preferiu nem tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Agora colhe os benefícios de 'viver' sobre duas rodas. A jovem conta que a qualidade de vida melhorou e o bolso ficou mais leve: é que neste período ela economizou R$ 4,2 mil.
Nesta sexta-feira (19), comemora-se o Dia Nacional do Ciclista. Apaixonada pela bicicleta, Isa, como é conhecida, faz praticamente tudo com o veículo. Inclusive depois que aderiu a este estilo de vida se tornou competidora de mountain bike e já disputou campeonatos dentro e fora do Tocantins.
Ela começou a usar a bicicleta em 2014, quando precisava economizar no transporte e desde então, a 'bike' se tornou um vício. Isa não tem carro e não sabe dirigir. Ela acorda bem cedo, às 5h da madrugada todos os dias, pega o veículo, coloca o capacete e as luvas e vai treinar para os campeonatos.
Depois, percorre mais alguns quilômetros até chegar a uma universidade particular, onde estuda educação física. À tarde, vai para a Univeridade Federal do Tocantins, onde cursa jornalismo. Por dia, são cerca de 25 quilômetros percorridos e a por ano, 13 mil.
Os benefícios, segundo ela, são vários. "Eu não perco mais tempo esperando ônibus. Eu consigo ir para qualquer lugar de bicicleta. Na parte da saúde, é inevitável [os benefícios]. A saúde que eu tenho hoje é por causa da bicicleta. É uma melhoria de forma direta".
Neste período, Isa já ganhou medalhas, subiu em pódios e está investindo para melhorar como atleta.
Mas a vida de ciclista em Palmas não são só maravilhas. "Tem que levar em consideração o trânsito que nem sempre é dos melhores, motoristas e motoqueiros não respeitam. A infraestrutra na cidade não é a mais adequada, faltam rampas, placas, ciclovias e muita coisa", lamenta.
Isa não é a única. O estudante de direito Rafael Macedo também aderiu à bicicleta há cerca de um ano. Ele usa o veículo para ir à faculdade, fazer compras de supermercado e sair nos fins de semana e à noite com os amigos.
Ele considera o trânsito de Palmas tranquilo em alguns períodos do dia, mas em horário de pico, o ciclista deve ficar mais atento, principalmente, por causa de muitos motoristas imprudentes, segundo ele. O estudante diz ainda que a capital não foi pensada para beneficiar o ciclista.
"A cidade não tem infraestrutura para ciclista. A cidade foi pensada para carros, não tem locais de cruzamento de bicicletas nem de pedestres. As ciclovias começam do nada e terminam do nada. A ciclofaixa é seletiva, ela não é para o ciclista cotidiano, é para o ciclista de final de semana", argumentou.
A Secretaria de Infraestrutura, Serviços Públicos, Trânsito e Transporte disse que, a princípio, a ciclofaixa, que possui atualmente sete quilômetros de extensão, foi criada para atender a ciclistas que utilizam a bicicleta para esporte e lazer. Os dias e horários destinados para o uso foram estabelecidos de acordo com o fluxo reduzido de veículos, visando à segurança dos usuários.
A pasta informou também que Palmas possui 19,5 km de ciclovia, criada para atender principalmente a ciclistas que utilizam a bicicleta para o trabalho, em trechos onde foi detectado grande fluxo de trabalhadores das regiões Sul e Norte, que se deslocam para o centro da cidade.
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