Quito, a pioneira na América Latina em bike elétrica compartilhada

Na capital do Equador, onde o ciclista enfrenta vias com grandes diferenças de altitude, serviço iniciado em abril é estímulo a mais para uso do modal sustentável

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Fonte: AFP  |  Autor: Isto É  |  Postado em: 11 de julho de 2016

 

Bicicleta elétrica de aluguel, em Quito. Foto: AFP 


Em Quito, as bicicletas elétricas ajudam muitos usuários a pedalar sem esforço e sem respiração ofegante. Afinal, a cidade latino-americana, pioneira na utilização deste tipo de veículo, está localizada 2.800 metros acima do nível do mar.

 

“A bicicleta elétrica é muito mais fácil. Às vezes tenho que ir de terno, com roupa mais formal, e você praticamente não se agita, só dá o impulso na bicicleta e o motor já se encarrega do resto”, comenta David Álvarez, de 28 anos, empregado do setor privado.

 

São 7h da manhã em uma estação lotada de BiciQuito, o serviço de empréstimo de bicicletas da capital equatoriana, e David acaba de pedir “o de sempre”: uma “bicieléctrica”, que se diferencia das convencionais pela cor laranja e motor que sobressai da armação de metal, para ajudar a pedalagem sem substituí-la totalmente.

 

BiciQuito

Com 25 estações no centro e no norte da cidade, onde se concentram bancos, escritórios e universidades, o BiciQuito funciona desde agosto de 2012, e em abril passado passou a incluir também bicicletas elétricas.

 

“Muitas zonas estão nas partes altas, por isso o uso da bicicleta elétrica reduz o esforço físico, facilitando assim o traslado”, explica Daniel Merchán, responsável pela área de transporte não motorizado da Secretaria de Mobilidade da cidade.

 

No sistema municipal circulam por dia 700 bicicletas tradicionais e 150 elétricas, das 300 que o município comprou este ano e que serão incluídas aos poucos. Dos 1.700 deslocamentos diários que são feitos com esse meio de transporte, 700 são em unidades elétricas.

 

Pioneira

“Quito é uma cidade pioneira na América Latina com sistema público de bicicletas elétricas”, afirma Merchán sobre esta urbe de 2,5 milhões de habitantes, na qual cerca de 2.500 pessoas foram habilitadas para usar este meio de transporte.

 

Países da Europa e na América do Norte já têm as bicicletas elétricas incluídas nos seus sistemas públicos de transporte desde há algum tempo. É o caso de Copenhague, Madri, Nova York e Montreal. 

 

Já na América Latina, o uso das “bicieléctricas” nos serviços de compartilhamento ainda é limitado. A cidade argentina de La Plata propôs um circuito em um parque. Medellín tentou incluir motores nas suas bicicletas, mas desistiu porque estes exigiam muita manutenção.

 

Em Quito, onde sobrevive a lembrança das beatas que ficavam ofegantes ao subir a Cuesta del Suspiro, na atual rua Olmedo no centro histórico, a bicicleta elétrica parece ser a solução para o cansaço – embora não tanto para a saúde.

 

“Pela topografia da cidade, acredito que foi um benefício isso das bicicletas elétricas, porque não se pedala muito, mas por outro lado nos afeta porque não fazemos a mesma força nem exercício” que exige uma bicicleta sem motor, comenta Darwin Paez, técnico em sistemas de 32 anos.

 

Para Omar Andrango, outro usuário das ciclovias da capital equatoriana, as bicicletas elétricas são importantes principalmente “para quem realmente necessita”, como pessoas de idade avançada ou com mobilidade reduzida.

 

O combate à poluição também levou as autoridades a fomentarem o uso de bicicletas elétricas em Quito, onde ocorrem cerca se 611 milhões de deslocamentos em veículos por ano.

 

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