Embora tenha desafios a superar, a rede carioca de bicicletas compartilhadas — BikeRio — foi a que apresentou os melhores índices de desempenho e eficiência em um estudo que comparou quatro capitais com serviços desse tipo no Brasil. A constatação é do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP), que também avaliou os sistemas de Belo Horizonte, São Paulo e Brasília.
Arte: O Dia Online
A dados foram coletados entre junho e novembro de 2015. O Rio saiu na frente com maior número de estações (3,13) por quilômetro quadrado, maior taxa da população residente na área do sistema e diretamente beneficiada (16,09%), maior quantidade de vagas para cada bicicleta nas estações (3,86), evitando dificuldades de estacionamento, e maior média de viagens feitas por cada magrela (6,88) em um dia.
Os dois primeiros resultados foram obtidos a partir de informações fornecidas pelas operadoras e os dois últimos tiveram como base ferramenta de verificação independente que atualiza os dados de cada sistema por meio de consultas nos sites da operadora a cada 30 minutos e no site Trem Útil, criado em Belo Horizonte e que monitora estações de bikes de todo o país.
“Esses sistemas de compartilhamento nos transportes levam tempo para se assentar até que a população entenda como funcionam. Talvez o fato de o Rio ter o mais antigo sistema em relação às outras cidades tenha influenciado”, avalia Thiago Benicchio, gerente de Transportes Ativos do ITDP Brasil.
O BikeRio iniciou suas operações em outubro de 2011, o BikeSampa, em maio de 2012, e o BikeBrasília e BikeBH, em junho de 2014. O Rio fica atrás das demais somente no quesito quantidade de bicicletas por habitante. Um guia formulado pela entidade recomenda, no mínimo, a disponibilidade de 10 a 30 bikes para cada 1.000 habitantes da área onde a rede está instalada. Isso permite que o cidadão não fique a pé pela ausência de veículos.
A média no Rio, segundo informações cedidas pela operadora ao ITDP, foi de quase duas (1,88) bicicletas por 1.000 pessoas. Com a verificação independente, a taxa foi pior: menos de uma ‘laranjinha’ (0,77) para a mesma quantidade de moradores. Brasília foi a única que alcançou a meta, com 11,88 bikes a cada 1.000 pessoas.
Para Thiago Benicchio, do ITDP, outro desafio do Rio é ampliar a área de cobertura do serviço conectando com as estações de transporte público.
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