Governador quer vender vagões do VLT de Cuiabá e terminar apenas parte da obra

A obra, orçada em R$ 1,477 bilhão, já consumiu R$1,66 bilhão, dos quais R$ 700 milhões foram usados na compra de 40 vagões que estão abandonados no pátio do aeroporto

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Fonte: O Documento  |  Autor: Ana Adélia Jácomo  |  Postado em: 20 de junho de 2016

40 vagões do VLT estão abandonados no pátio do Aer

40 vagões do VLT estão abandonados no pátio do Aeroporto

créditos: Reprodução

 

O governador Pedro Taques (PSDB) afirmou nesta quinta-feira (16) que há a possibilidade de apenas um trecho do VLT ser finalizado. O modal faria uma linha reta, partindo do Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, até o Comando Geral da Polícia Militar, na Avenida do CPA.

 

A obra, orçada em R$ 1,477 bilhão, já consumiu R$1,66 bilhão, dos quais R$ 700 milhões foram usados na compra de 40 vagões que estão abandonados no pátio do aeroporto. Iniciada em 2012, a obra se encontra parada desde 2014 e teve apenas 16% concluída pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB). O ex-gestor está preso há nove meses por corrupção.

 

“Alguns defendem que o VLT possa ter ‘uma perna’, digamos assim, e isso está sendo tratado. Mas a obra anda muito mal, diga-se de passagem. Precisamos terminar o VLT, mas o consórcio pediu mais R$ 800 milhões para terminar a obra. Imagine! Se Mato Grosso tivesse esse dinheiro nós não iriamos investir tudo no VLT porque temos outras prioridades, mas precisamos terminar”, disse Taques.

 

Em entrevista à Rádio Jovem Pan, o governador disse que a KPMG Consultoria fez ampla auditoria no projeto e execução da obra do VLT. Além disso, a empresa levantou valores gastos na obra, a forma como o dinheiro foi usado, o modelo de operação e a tarifa.

 

Segundo ele, foram constatados absurdos, e os responsáveis por trazerem a Copa do Mundo para Cuiabá e o VLT para Mato Grosso devem ser punidos com prisão. No entanto, o maior articulador para incluir Cuiabá no roteiro da Copa foi o ministro da Agricultura Blairo Maggi (PP), aliado político de Taques, que na época era senador. Maggi foi governador do Estado por dois mandatos.

 

“Eles descobriram coisas absurdas. Compraram 40 vagões, e nós precisaremos desses 40 vagões daqui 30 anos. Portanto, podemos vender 10 vagões, e cada um custa R$ 15 milhões. Foram R$ 150 milhões em vagões comprados de forma errada. Estão ai, parados”.

 

O Governo do Estado tem R$ 200 milhões em operações de crédito aprovada, e busca R$ 600 milhões no Ministério das Cidades, em Brasília. Para readequação viária da Avenida da Feb, o Estado liberou R$ 2 milhões à Prefeitura de Várzea Grande. Em Cuiabá, são R$ 10 milhões para recuperar a Avenida da Prainha, XV de novembro, Avenida do CPA e Fernando Corrêa.

 

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