Neste final de semana a cidade de São Paulo recebe o festival Bicicultura 2016, maior evento brasileiro de estímulo ao uso da bicicleta como meio de transporte. As atividades começam na quinta-feira (27) e seguem na sexta-feira à noite com uma grande bicicletada que vai reunir artistas, ativistas da bike e pessoas que simplesmente gostam de pedalar. No sábado e domingo (28 e 29) estão previstas uma série de oficinas, palestras e atividades, para mostrar os ganhos ambientais, econômicos e de saúde proporcionados pela "mobilidade ativa". A programação é riquíssima e inclui desde oficinas sobre o planejamento de ciclovias até a mostra de filmes, além de minipalestras (pedaladas) sobre uma enorme diversidade de questões que envolvem o uso cotidiano da bike.
O evento também terá espaço para a discussão das interfaces entre o ciclismo urbano e outras formas de transporte. A propósito, nesta semana os especialistas do Cidade Ativa publicam um post sobre as várias maneiras de caminhar, incluindo desde os pedestres que têm um destino claro e objetivo até os malucos que se arriscam pelas ruas sem tirar os olhos do celular.
Outro texto, assinado pelo pessoal do Brasília para Pessoas comenta as obraspara implantação de novas calçadas no Eixo Monumental de Brasília. Obras relevantes, positivas, porém implantadas no lugar errado...Para evitar desperdícios desse tipo e orientar a expansão dessas "redes de transporte a pé", vale ler o texto de Paula Tanscheit, do site The City Fix Brasil, que toma como referência o trabalho A cidade ao nível dos olhos, produzido pela ONU-Habitat, com preciosas recomendações para a re-humanização das ruas e praças do mundo. O título da publicação é revelador e indica que as cidades precisam recuperar a escala humana e evitar aquelas obras que rasgam o tecido urbano e afastam as pessoas das ruas.
Não se trata de voltar ao passado, mas sim de aprender com os erros e buscar soluções que sejam simples, econômicas, duradouras, com o menor impacto possível. Calçadas, ciclovias, transporte coletivo silencioso e limpo, tudo isso em cidades mais compactas, amigáveis, mas cheias de vitalidade.
Marcos de Sousa
Editor do Mobilize Brasil