Em 2011, quando o Mobilize Brasil foi lançado, o país vivia a expectativa de grandes transformações em sua infraestrutura urbana, especialmente na área de mobilidade. Obras para a Copa de 2014 e para a Olimpíada de 2016 estavam em curso em doze capitais e em várias outras cidades do país. Várias obras foram atrasadas, interrompidas ou canceladas, como alguns BRTs, trechos do monotrilho de São Paulo, o VLT de Cuiabá e várias outras.
No início do mês, porém, recebemos a boa notícia sobre os testes com passageiros do VLT Porto Maravilha, no Rio de Janeiro, o primeiro do país a funcionar sem a necessidade das redes elétricas sobre os trilhos. O bonde é silencioso, circula devagar (15km/h) e parece estar agradando aos usuários. Tanto agradou que a prefeitura tem agora a pretensão de estender o sistema até a zona sul da capital carioca, decisão elogiável e simpática. Mas atenção: bondes, trams, vlts ou brts não podem substituir as linhas de metrô que continuam a ser demandas pela população do Rio e de outras capitais brasileiras.
Ônibus e bondes – mesmo em corredores exclusivos – são sistemas secundários, alimentadores das grandes redes de transporte. Se possível, devem ser silenciosos, limpos, com baixas emissões de poluentes, elétricos ou movidos a combustíveis alternativos, a exemplo dos ônibus a gás, destacados no artigo de Olimpio Alvares.
Assim, com essa gentileza urbana, as pessoas poderão circular mais tranquilamente pelas ruas e calçadas das cidades, como sugere o blog Brasília para Pessoas. Trata-se de um guia sobre como reclamar, insistir e espernear para que os gestores públicos melhorem as condições de quem caminha, pedala ou usa o transporte público. Leitura fundamental.
E já que estaremos nas ruas, vamos aproveitar para avaliar as calçadas por onde andamos e tropeçamos. Acesse o link da campanha #calçadacilada e registre suas observações, fotos e avaliações. Mobilize-se!
*Referência ao ditado de origem árabe “Os cães ladram a caravana passa”