Na próxima década, acontecerá uma revolução nas cidades do mundo, incluindo as brasileiras. Tecnologias de coleta de dados como chips, radares e localizadores gerarão terabytes e mais terabytes de informação sobre o fluxo de pessoas, veículos e necessidades das metrópoles. Aliadas a softwares de análise e internet universal, em breve será possível entender e controlar todos os aspectos da urbe com um clique. São as cidades inteligentes, que já começaram a surgir nos cantos mais desenvolvidos do mundo e que agora estão brotando no Brasil a partir de Pernambuco.
Segundo dados recentes da consultoria americana ABI Research, o investimento em cidades inteligentes no mundo deve quintuplicar em até em cinco anos, atingindo US$ 39,5 bilhões em 2016. Segundo o gerente de cidades inteligentes da ABI, Joshua Flood, um dos principais projetos de cidade inteligente na América Latina, ao lado do Rio de Janeiro (RJ), é a Cidade da Copa, em São Lourenço da Mata. “A cidade está chamando atenção por unir áreas residenciais, comerciais, entretenimento e centros de pesquisa em um ambiente autossustentável e cheio de aplicações de energia inteligente, governo eletrônico e infraestrutura”, conta.
De acordo com Flood, os custos de implantação de estruturas inteligentes em municípios começa em R$ 1,8 bilhões. A criação da Cidade da Copa, no entanto, terá custo final de R$ 3 bilhões até 2025, segundo o diretor presidente da Arena Pernambuco, Marcos Leça. “A fase inicial custará R$ 800 milhões e estará pronta até 2014. Mas a Cidade da Copa é um projeto muito maior”, destaca. Ele diz que o entorno do estádio será um bairro inteligente com capacidade para uma população flutuante de cem mil pessoas, sendo 15 mil residentes.
“O Grande Recife é o segundo maior adensamento populacional do Brasil e não tem mais para onde crescer ao norte e ao sul. Pesquisamos experiências na Coreia, líder em cidades inteligentes no mundo, e vimos até onde este conceito pode chegar”, comenta Leça.