Oslo quer proibir a circulação de automóveis no centro até 2019

Capital norueguesa sofre com a má qualidade do ar. E principal fonte de poluentes são os veículos motorizados

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Fonte: ArchDaily  |  Autor: ArchDaily  |  Postado em: 20 de novembro de 2015

Centro de Oslo, na Noruega

Centro de Oslo, na Noruega

créditos: Dougtone

 

Em Oslo, na Noruega, a poluição atmosférica é um problema que vem sendo combatido de maneira radical desde os anos 90. Foi quando se propôs reduzir em 50% as emissões de gases de efeito estufa até 2020. Naquela década começaram a ser implementadas normas que até hoje regulam as emissões das indústrias e veículos motorizados, sendo este último a principal fonte de poluição na cidade.

 

Por este motivo, as autoridades desenvolveram um plano - ainda em discussão - apontando que a partir de 2019 será proibida a circulação de automóveis no centro da cidade. Além de ajudar a reduzir o trânsito nas demais partes da cidade, a medida melhoraria a qualidade do ar.

 

O sistema de transporte público da capital norueguesa é composto por ônibus, metrô, bondes e balsas. No entanto, mais da metade a população, que ultrapassa os 600 mil habitantes, faz uso do automóvel em seus deslocamentos, o que totaliza cerca de 350 mil veículos em circulação todos os dias. O congestionamento nessa parte da cidade é devido a viverem ali cerca de mil pessoas, mas diariamente chegarem outras 90 mil para trabalhar, boa parte das quais vindo de automóvel.

 

Esta situação direcionou o plano a proibir o tráfego de veículos no centro. A medida é apoiada por vários setores, como os partidos políticos. Tanto o Partido do Trabalho, da esquerda socialista, como o Partido Verde, que integram o Conselho de Oslo. Também é apoiada por cidadãos que vêem a proposta como uma opção viável para uma cidade mais limpa.

 

Para complementar a medida, planeja-se construir 60 km de ciclovias nos próximos quatro anos, realizar novos investimentos no sistema de transporte público e subsidiar a compra de bicicletas elétricas. Entretanto, há quem não apoie a ideia, principalmente os comerciantes, que vêem a possibilidade de queda nas vendas. Todavia, a experiência de outras cidades tem demonstrado precisamente o contrário: quanto mais espaços para pedestres, aumentam as vendas.

 

Caso o Conselho aprove o plano, estima-se que o transporte motorizado privado não apenas deixaria de existir no centro, mas também seria reduzido em outras partes da cidade em 20% até 2019 e em 30% até 2030. Este anúncio se une a vários outros planos de diversas cidades do mundo que refletem uma mudança de paradigma na mobilidade urbana, passando do transporte individual motorizado para meios mais limpos, leves e sustentáveis.

 

Um caso exemplar nesse sentido são os planos de Helsinki, cidade que busca eliminar os automóveis até 2025 por meio de melhorias no transporte público, e de Hamburgo, que conectará suas áreas verdes através de percursos cicloviários.

 

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