Universitários de Içara, no Sul catarinense, costumados a enfrentar até uma hora de trânsito para chegar à faculdade, em Criciúma, fizeram nesta segunda-feira (19) um trajeto diferente: foram de trem. Vagões históricos, alguns com mais de 60 anos e reformados para passeios turísticos, podem ser usados no transporte coletivo.
Por enquanto, o transporte de universitários é temporário – os testes devem durar duas semanas. Mas a ideia é que seja permanente. “Não tem sentido entre as duas cidades ter um modal que é o trilho, pronto, instalado, em condições de uso, sem ser utilizado”, diz o prefeito de Içara, Murialdo Gastaldon.
Estudantes que costumam enfrentar congestionamentos na hora do rush entre as duas cidades aprovaram o trajeto por trem, que durou meia a hora menos do que o normal. “Aconteceu comigo de perder a primeira chamada”, conta a universitária Manoella Klima de Jesus. “É complicado, o trânsito fica horrível nesse horário”.
Assim como Manoella, boa parte dos estudantes faz o trajeto entre as duas cidades de ônibus. Um percurso de 20 quilômetros chega a durar mais de uma hora por causa dos congestionamentos. Nesta segunda, com o trem, foi feito em 40 minutos.
“Esse projeto deve ser ampliado e aberto para a população também”, diz a estudante Aline Stolk.
A adoção permanente do transporte coletivo férreo nos horários de pico ainda depende de aprovação. “Terá que ser feita uma solição das prefeituras à ANTT [Agência Nacional de Transportes Terrestres] para viabilizar uma licitação para que isso aconteça”, afirma Abel Passagnolo Sergio, gerente de transporte da Ferrovia Teresa Cristina.
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