Milhares de pessoas, entre servidores, sindicalistas e populares participam de manifestação em frente ao Palácio do Buriti, em Brasília, desde a manhã desta quinta-feira (24). O protesto, que atinge o governador Rodrigo Rollemberg, tem entre os principais motivos o aumento de impostos e das tarifas públicas no DF, entre elas a passagem do transporte coletivo, que no domingo (20) teve elevação de 40%.
O metrô, cuja tarifa era de R$ 3, passou para R$ 4, sendo agora a mais cara do Brasil, acima da do Rio de Janeiro, que subiu para R$ 3,70 em abril deste ano.
No caso do ônibus, a menor passagem passou de R$ 1,50 a R$ 2,25; e a maior, de R$ 3 para 4.
As medidas foram anunciadas na última terça-feira (15) pelo governo, com a justificativa de tentar equilibrar as contas da capital federal. Com essas medidas o GDF pretende arrecadar R$ 1,8 bilhão que, além do reajuste no transporte público, envolvem impostos mais caros, cortes em salários de comissionados, reestruturação de secretarias, suspensão de concursos, entre outras.
"R$ 1 faz diferença"
"Para quem ganha pouco, esse R$ 1 na passagem faz muita diferença. No fim do mês, é um dinheiro que poderia usar, por exemplo, para o lazer da minha família", afirmou à reportagem da Agência Brasil a empregada doméstica Lila Oliveira.
O contador Ricardo Monte conta que foi pego de surpresa com o anúncio do governo de Brasília. Ele mora no Entorno do DF, que também teve o valor das passagens reajustados neste ano, e precisa pegar dois ônibus para chegar ao trabalho. "Gasto pelo menos R$ 300 todo o mês com ônibus, fora o que minha esposa e filhos gastam. Esse valor vai para mais de R$ 400. Juntando toda a família, é mais de 30% da renda comprometidos com transporte público", calcula Monte.
Segundo o secretário de Mobilidade do DF, Carlos Tomé, embora o reajuste vá gerar uma carga maior de gasto para a sociedade, se não fosse decidido agora, disse ele, "corríamos o risco de o sistema parar até o final do ano por absoluta falta de recursos", disse.
Movimentos sociais organizam protestos em Brasília contra a medida. "A gente não vai parar enquanto não baixar a passagem. Não temos condições de pagar essa passagem absurda", disse Raíssa Oliveira, do Movimento Passe Livre.
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