Andar a pé na zona Leste de Teresina está ficando difícil. É que muitas faixas de pedestre de bairros como o Jóquei, Fátima e outros estão apagadas. Quem sofre com isso são os transeuntes que necessitam ir de um lado para outro de grandes avenidas da capital. E o motorista, que ainda não adquiriu o hábito do “pé na faixa, pé no freio”, também fica confuso.
É que eles podem não saber onde existe ou deveria existir esse tipo de sinalização horizontal. Em cruzamentos importantes desta região da cidade, como os da Avenida Nossa Senhora de Fátima com as Ruas Visconde da Parnaíba e Lindolfo Monteiro, por exemplo, as faixas não existem mais em todos os sentidos das vias.
Para o instrutor de trânsito Kelson Henrique, residente na Morada do Sol, a problemática salta aos olhos. “As faixas de pedestre da zona Leste são mal sinalizadas e apagadas. Principalmente na Dom Severino. Desta forma, o risco de acidentes é iminente, tanto para o pedestre como para o condutor”, explica.
Kelson também afirma que o ideal seria um novo tipo de tinta para as faixas existentes em Teresina. “As faixas de pedestre de Teresina também poderiam refletir à noite, ser fosforescentes, porque do jeito que estão elas não são visíveis.
Também deveria ser feito um trabalho no sentido de orientar os pedestres a fazer um gesto com a mão, para indicar que querem atravessar”, aponta o instrutor.
A população também afirma que faltam restaurar as faixas que já existiam antes dos novos sentidos de vias, como as Ruas Saba Said e Professor Madeira, que hoje formam um novo binário entre o Horto Florestal e o Jóquei.
“Com essa nova sinalização de trânsito na zona Leste surgiram mais algumas faixas, mas as antigas não foram restauradas. Então passa uma imagem de que são poucas”, ressalta o estudante universitário Matheus Dantas. “Também não tem sinais para pedestres”, diz a advogada Camilla Aragão.
Já a bióloga Nildete Marques, moradora do Bairro Jóquei, declara que as faixas só existem em pontos óbvios. “Na verdade, faixas em Teresina só têm em frente às escolas.
O resto não dá para perceber. Na maioria dos cruzamentos não existem faixas. Uma outra questão é que as pessoas estão tão acostumadas em ruas sem a faixa, que não respeitam quando elas existem”, afirma.
No Bairro São João, onde a publicitária Maria Clara Paz costumava andar a pé, as faixas também não existem. “As grandes avenidas até possuem faixas, mas dentro do bairro não tem nenhuma”, relata.
Strans afirma que vias estão em cronograma
De acordo com informações da assessoria de comunicação da Superintendência de Transportes e Trânsito de Teresina (Strans), as faixas estão sujeitas ao desgaste pelo tempo ou por alguma obra de recapeamento asfáltico. No entanto, existe uma equipe com um cronograma específico para esse tipo de pintura.
A Strans também reitera que no mês de agosto foram entregues muitas obras, e como a cidade é grande e a equipe é reduzida, algumas faixas podem ter sumido. No entanto, essas imperfeições devem ser corrigidas em tempo hábil até o final do mês de setembro.
Com relação às multas, a Strans realiza uma média de 500 autuações ao mês com relação a faixas de pedestres. Essas autuações dizem respeito a quatro infrações: parar sobre a faixa em frente ao semáforo;. parar sobre a faixa; estacionar sobre a faixa; e não dar prioridade ao pedestre na faixa.
O órgão também convida a comunidade a participar da Semana Nacional do Trânsito, que terá início na sexta-feira (18) com o tema "Seja Você a Diferença". Essa ação tem como objetivo orientar os condutores sobre bons hábitos no trânsito, que quando aplicados evitam acidentes e infrações.
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