Ampliar a discussão sobre a viabilidade do fechamento da Avenida Paulista para o tráfego de automóveis aos domingos, ou, como defendem grupos ativistas, a "abertura da via às pessoas". Este o assunto da primeira Audiência Pública convocada pela Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Transportes e da subprefeitura da Sé, para ouvir a opinião da população. Aberta, como os movimentos pleiteiam que seja também a avenida, a audiência será no vão livre do Masp, às 10 h deste sábado (19).
O início
Segundo o movimento PaulistaAberta, a discussão acontece dois anos após a primeira mobilização pela democratização do espaço na avenida mais famosa de São Paulo. Em setembro de 2013 as organizações SampaPé e Minha Sampa começaram a pressionar o poder público pela abertura da avenida Paulista aos domingos para o lazer. Em 2015, a Prefeitura já testou a viabilidade da proposta em pelo menos dois eventos: na inauguração das ciclovias da avenida Paulista e da Bernardino de Campos, que reuniram bom número de participantes. Atualmente, mais de 30 organizações integram o movimento PaulistaAberta, entre elas o portal Mobilize Brasil.
A favor da medida
Segundo Letícia Sabino, do blog SampaPé, no Mobilize, e uma das idealizadoras da mobilização, a proposta propiciaria um espaço de qualidade para o encontro e a convivência: “A Avenida Paulista, pelo que representa, tornou-se um dos símbolos da cidade, para onde pessoas de várias regiões vêm para se divertir e se encontrar. Entregá-la às pessoas, mesmo que por um dia, é muito importante para desconstruir o modelo rodoviarista de cidade e recuperar a convivência no espaço público”, afirma.
O articulador da mobilização, Guilherme Coelho, defende a participação popular em defesa da causa durante a audiência: “Precisamos mostrar que essa é uma demanda da própria sociedade civil. Sugestões sobre como essa política pública deve ser executada também são muito bem-vindas”, explica.
Contra a medida
A implantação da medida, no entanto, vem encontrando resistência dentro do Ministério Público Estadual, que tem um acordo com a Prefeitura para que a via só seja bloqueada para carros três vezes ao ano. Além disso, a Associação Paulista Viva, que representa empresas e entidades privadas, vem se posicionando ativamente contra a medida, inclusive pressionando o MPE. Apesar das manifestações contrárias, uma pesquisa realizada pelo movimento PaulistaAberta comprovou que 75% dos comércios da avenida que ficam abertos aos domingos são favoráveis ou indiferentes à medida.
Outras avenidas
Durante o final de semana dos dias 19 e 20 de setembro, acontecerão também audiências em outras subprefeituras para conhecer as demandas locais de abertura de ruas para lazer na cidade. A partir dessas contribuições, a Prefeitura de São Paulo deverá avaliar o melhor formato para o projeto de avenidas de lazer na cidade.
*Com informações do movimento PaulistaAberta
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