Não é só bicicleta

Leia o Editorial da Newsletter semanal de número 177 do Mobilize Brasil

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Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Marcos de Sousa  |  Postado em: 03 de setembro de 2015

Acesse a página do Concurso e participe!

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créditos: Reprodução


Mobilidade urbana se faz com calçadas, trens, metrôs, ônibus, barcas, elevadores e outras traquitanas. O concurso #ClickMobilidade também. Mande sua foto


Em outubro, as bicicletas compartilhadas do sistema BikeRio completam quatro anos de operação e mais de 6 milhões de viagens. São Paulo, Sorocaba (SP), Aracaju, Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Porto Alegre, Salvador, Petrolina (PE) e Santos (SP) também implantaram seus sistemas e já computam mais alguns milhões de viagens que evitaram a emissão de milhares de toneladas de carbono para a atmosfera.


Bicicletas compartilhadas são ainda novidade aqui no Brasil. O sistema foi criado nos anos 1970 na Holanda mas somente se consolidou em 1997 na cidade de Copenhague, na Dinamarca. Daí, as bikes públicas foram se espalhando pelo mundo como uma alternativa para pequenas viagens e conexões entre outros modos de transporte.Talvez porque esse veículo centenário tenha se tornado o melhor ícone da revolução urbana que perseguimos: é leve, silencioso, barato, ocupa pouco espaço e é propulsionado a energia humana.


Em São Paulo, há alguns meses, a prefeitura lançou um chamamento público para a renovação do convênio de exploração do serviço. O objetivo é ampliar a rede e melhorar a qualidade, segurança e confiabilidade do sistema, mas o edital está emperrado desde maio em função de questionamentos do Tribunal de Contas do Município. Nesse anda-breca-e-empurra, será que não seria mais lógico marcar uma audiência e conversar?


A boa notícia veio da Universidade de São Paulo, que anunciou a implantação de uma rede cicloviária no campus da capital e o retorno, agora ampliado, do serviço Pedalusp de bicicletas compartilhadas. Ideia acertada, especialmente porque há uma estação do metrô a menos de um quilômetro do campus.


Na outra ponta da mobilidade urbana estão as notícias desencontradas sobre aparalisia das obras de trens e metrô na Região Metropolitana da capital paulista, algumas delas prometidas para 2013. A justificativa para os atrasos é a falta de recursos federais no financiamento das obras, mas ontem o ministro das Cidades declarou que, apesar dos cortes no orçamento federal para 2016, todas as obras de mobilidade serão mantidas. "São obras grandes, a longo prazo e serão mantidas", declarou Kassab.


Mas quanto custa um metrô? Para tentar esclarecer o assunto, conversamos com o consultor Peter Alouche, que trabalha em projetos de metrô desde a década de 1970. E de fato, obras metroviárias podem ter uma enorme variação de custos, de 70 milhões a 1,5 bilhão de dólares, e na média custam 250 milhões de dólares por quilômetro. Mas, lembrou Alouche, são infraestruturas que duram mais de cem anos e trens que circulam por 50 anos.


Dizem que jornalistas não sabem fazer contas, mas em um cálculo grosseiro, ao longo de dez anos, os tais 250 milhões significam apenas 70 mil dólares por dia para transportar milhões de pessoas que pagam a tarifa média de um dólar (cerca de R$ 4,00). Numa linha de 20 km, a conta fecha com 1,4 milhão de passageiros/dia.


Um toque a todos: o Concurso #ClickMobilidade está aberto a fotos sobre todos os temas da mobilidade urbana sustentável: a pé, de trem, ônibus, metrô, barcas, teleféricos, elevadores etc. Até agora só recebemos fotos sobre o uso da bicicleta. Vamos expandir, pessoal!


Outro toque: o Mobilize não vive de brisa. Semana passada lançamos a Campanha Parceiro Contribuinte 2015-2016 e, desta forma, você tem a oportunidade de apoiar nosso trabalho. Vale qualquer contribuição a partir de R$ 30,00. Participe!


Marcos de Sousa
Editor do Mobilize Brasil

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