Em 2013, os congestionamentos nos 21 municípios que da Região Metropolitana do Rio atingiram 130 quilômetros por dia, gerando um custo de R$ 29 bilhões. Em 2022, os engarrafamentos podem alcançar mais de 180 km por dia e os custos podem atingir R$ 40 bilhões, mesmo com a expansão e do sistema metroferroviário, os corredores exclusivos para ônibus (BRT e BRS) e a implantação do sistema de Veículos Leves sobre Trilhos (VLT) no Centro e na Zona Portuária.
Os cálculos são do Sistema Firjan, da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro. Para a Firjan, a melhoria da mobilidade urbana na Região Metropolitana do Rio passa pela criação de novas ligações hidroviárias. Estudo do Sistema Firjan indica que 14 novas ligações hidroviárias são viáveis e poderão tirar das ruas mais de cem mil carros, diminuir os prejuízos causados com os engarrafamentos.
Segundo a Firjan, essas 14 linhas divididas entre os eixos da Baía de Guanabara e da Barra da Tijuca podem absorver 272.400 viagens de passageiros por dia, o equivalente à circulação de 100.900 carros. De acordo com o estudo, a redução na extensão diária dos congestionamentos chegaria a 84,1 quilômetros, e a diminuição no custo anual causado pelo tempo perdido no trânsito, em especial durante a distribuição de cargas e pela perda de produtividade dos trabalhadores, seria de R$ 11,2 bilhões.
Somente no eixo Baía de Guanabara, que tem apenas quatro linhas, a Firjan propõe 11 novas ligações, que somarão mais de 156 mil viagens de passageiros por dia, o suficiente para tirar das ruas 57.800 veículos. Entre as linhas propostas, cinco conectam o Rio de Janeiro ao Leste Fluminense; uma a Duque de Caxias, na Baixada Fluminense; quatro às ilhas do Governador e do Fundão; e uma Charitas a Itaipu, em Niterói.
Já no eixo Barra da Tijuca, a Firjan sugere a ligação da Barra para a Praça Quinze, com potencial para até 106.400 viagens de passageiros por dia, que equivalem a mais de 39 mil veículos fora das ruas. Nessa linha, a Firjan propõe embarcações próprias para navegação em mar aberto e sugere uma estação próxima ao Terminal Alvorada, para a conexão com as estações do BRT e do metrô. De acordo com o estudo, o projeto possibilita a integração da Barra da Tijuca com todo o município, com o Leste Fluminense e com Duque de Caxias.
O estudo indica ainda que as ligações hidroviárias possíveis entre a Barra e o Complexo Lagunar podem proporcionar dez mil viagens de passageiros por dia, que substituiria 3.700 veículos. A proposta da Firjan permitiria aos usuários a integração com a futura estação da Linha 4 do metrô, no Jardim Oceânico, ligando a Barra à Zona Sul e ao Centro. Segundo a federação, a combinação das hidrovias com a Linha 4 do metrô possibilita a retirada de milhares de veículos ao longo do trajeto Barra da Tijuca-Centro, reduzindo ainda mais os congestionamentos.
Segundo a Firjan, as propostas apresentadas no estudo mostram ganhos significativos para a mobilidade do entorno da Baía de Guanabara, na ligação entre o Centro e a Barra da Tijuca e no deslocamento interno dos bairros. “A ampliação do sistema de transporte hidroviário precisa integrar a política de transporte como parte importante da solução para os congestionamentos da Região Metropolitana do Rio de Janeiro”, afirma o estudo.
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