Edital do transporte será em setembro, com ou sem VLT, diz representante do governo de Cuiabá

Afirmação é do diretor de transportes da capital matogrossense, Leopoldino Pereira. Média de idade dos carros é maior que a nacional e só 6% têm ar condicionado

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Fonte: Repórter MT  |  Autor: Keka Werneck  |  Postado em: 24 de agosto de 2015

Licitação do coletivo deve sair em setembro

Licitação do coletivo deve sair em setembro

créditos: Divulgação

 

Em fevereiro, o prefeito Mauro Mendes (PSB), após anunciar o aumento da tarifa de R$ 2,80 para R$ 3,10, garantiu que em 180 dias uma comissão faria um estudo de viabilidade econômica para abrir a disputa pelo serviço de transporte público na cidade, mas depois recuou, alegando que a indefinição do VLT atrapalharia o processo. Agora, no entanto, o diretor de transportes da capital matogrossense, Leopoldino Pereira, garantiu que “com VLT ou sem VLT” a licitação sairá e que a elaboração do edital está em andamento.

 

Desde 2002 as empresas operam o serviço em Cuiabá na base da ampliação de contratos já precarizados. São elas: Integração, Pantanal e Norte Sul. A União também atua na capital, mas fazendo a ligação com Várzea Grande. Segundo o diretor Pereira, nesta renovação de contratos, o desafio é estabelecer de forma clara regras que garantam uma frota mais nova e com conforto para os usuários. A frota do transporte coletivo de Cuiabá, que tem em média seis anos de uso,  é três anos e meio, mais velha do que a média nacional. “Temos carros circulando com 10 anos e também há de três, mas precisamos melhorar a nossa média”, reconhece o diretor.

 

Com relação ao conforto, espera-se cobrar em edital cadeiras mais apropriadas e suporte adequado para quem viajar em pé. Com relação ao ar condicionado, apenas 25 dos 412 carros têm, ou seja, 6% da frota, o que é muito ruim em uma capital que faz 40 graus praticamente o ano todo. “Temos que melhorar a ventilação dos carros”. Sobre a lotação, especialmente em horário de pico, Pereira argumenta que resolver isso é um desafio nas capitais e grandes cidades, e não somente em Cuiabá.

 

Ele diz que congestionamentos fazem com que motoristas se atrasem para passar na hora certa nos pontos de ônibus e que a pontualidade ficará comprometida enquanto não tiver faixa exclusiva para a frota do transporte coletivo em mais vias estratégicas. Já existem faixas exclusivas nas avenidas Issac Povoas e Getúlio Vargas e está sendo instaladas nas avenidas da Prainha e Mato Grosso. Das três empresas que atuam em Cuiabá, uma delas – a Norte Sul – não passou na vistoria anual da Secretaria de Mobilidade Urbana e continua circulando normalmente.

 

Pelos menos três ocorrências de risco, envolvendo coletivos nos últimos dois meses, chamaram a atenção para a necessidade de renovação dos contratos. Dia 6 deste mês, um ônibus da empresa Norte Sul ficou totalmente incendiado, possivelmente por problemas elétricos, na Avenida Getúlio Vargas. No dia 17 de junho às 19h30, ainda em horário de pico, quando as pessoas estão saindo do trabalho e indo para casa, outro ônibus da Norte Sul desgovernado bateu em um carro e, na sequência, bateu também em um muro próximo à igreja Nossa Senhora do Bom Despacho, região central de Cuiabá. Para evitar um acidente pior, o motorista do coletivo, José Luiz da Silva, contou que 'jogou' o veículo como conseguiu, porque ele estava sem freio e tentou encontrar uma forma que não atingisse carros e pessoas. O ônibus estava lotado, mas ninguém ficou ferido.

 

No dia 6 de julho, período da manhã, o motorista de um ônibus da empresa Integração, puxou o freio de mão para ajudar a um cadeirante, mas o mecanismo não segurou o veículo, que desceu desenfreado, no ponto da praça Maria Taquara, atingindo uma menina e um rapaz. As vítimas tiveram ferimentos leves. Entre os passageiros, o motorista e o cadeirante não houve feridos. O veículo da linha 610 Altos do Parque/Centro que se envolveu no acidente, conforme a empresa, seria retirado de circulação. Ele teria passado por manutenção preventiva "recentemente". Por meio de nota, a Integração lamentou o arriscado "transtorno".

 

A redação apurou junto à Associação Mato-grossense dos Transportadores Urbanos (AMTU) que o empresariado tem resistência em atuar em Cuiabá, porque a cidade arrasta problemas de infraestrutura e o custo da manutenção da frota seria mais alto do que em outras capitais, onde a malha viária é boa e a área urbana mais concentrada. Isso pode ser um problema, caso somente as mesmas empresas se inscrevam para a disputa da exploração do serviço.

 

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