Boa parte das vias de Manaus estão com as faixas de pedestres quase apagadas

Segundo o Manaustrans, 63 pedestres morreram vítimas de acidentes de trânsito em Manaus só este ano

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Fonte: A Crítica  |  Autor: Isabelle Valois  |  Postado em: 13 de agosto de 2015

Na avenida Grande Circular não existe mais passare

Na avenida Grande Circular não existe mais passarela

créditos: Euzivaldo Queiroz/A Crítica

 

Pedestres colocam cada vez mais a vida deles em risco nas principais vias de Manaus, tanto pela imprudência no trânsito como também devido a falta de cultura e educação dos motoristas. Mas um ponto que tem colaborado muito para o aumento do risco é o simples fato de boa parte das vias da cidade estarem com as faixas de pedestres  quase  apagadas ou gastas em função do tempo ou das chuva do inverno amazônico.

 

Nesta semana o Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização de Trânsito (Manaustrans) divulgou que, até o início deste mês, 63 pedestres morreram vítimas de acidentes de trânsito em Manaus. Comparado com 2014, o número teve um crescimento de 21,5%, pois até o mesmo período do ano as mortes registradas eram  52.

 

Fora o problema de sinalização das faixas, boa parte dos pedestres reclama da falta de conscientização e de respeito no trânsito pelos motoristas. Os condutores porém dizem o inverso, informando que os pedestres pensam que o motivo de estarem na faixa, quer dizer que os veículos precisam parar de imediato, quando  na realidade é necessário paciência para aguardar. Para eles, o fato do pedestre não esperar acaba ocasionando os acidentes.

 

Mas os casos ficaram mais grave sem a marcação das faixas de pedestres nas ruas. Como o caso da faixa em frente à Defensoria Pública, na rua Maceió. De acordo com o segurança do órgão, Silas Oliveira, 38, todos os dias há acidentes com danos materiais antes da faixa, por causa dos motoristas não avistarem mais a sinalização.

 

“Se tiver um pouco mais agitado o trânsito, e um pedestre for atravessar, não tem tempo. Quando menos esperamos, ouvimos o barulho da batida”, reforçou.

 

No cruzamento da avenida Umberto Calderaro Filho e a rua Teresina, em Adrianópolis, as faixas estão completamente apagadas. A universitária, Rosalina Araújo, 28, contou que todos os dias que passa pela via para atravessar sempre encontra algum veículo em cima do local onde existia uma faixa. “O problema é que os motoristas não respeitam. Tudo bem que a faixa está apagada, mas se existe um sinal neste local, significa que é o ponto principal para o tráfego de pedestres”, explicou.

 

A situação é pior na avenida Grande Circular, Zona Leste, nas proximidades do Complexo Viário Engenheiro Luiz Augusto Veiga Soares.

 

Desde que iniciaram a obra do viaduto, retiraram a passarela de acesso ao Terminal 5 e até o momento os pedestres são obrigados a colocar a vida em risco, tentando a sorte para poder atravessar a via. Com o viaduto, o pedestre precisa atravessar cinco pistas de uma vez só. Dessas, duas são sentido centro e três no sentido bairro.

 

A autônoma Lena Batalha, 50, que diariamente precisa atravessar a Grande Circular, disse que sente falta de uma sinalização no local, como também de uma passarela ou faixa. “Para atravessar aqui, precisamos da sorte, pois quando há faixa os pedestres já  são constrangidos, imagina quando não há nada. Aqui temos apenas uma placa que informa que os veículos deveriam circular até 40 k/h, mas eles nunca respeitam, quem anda todo dia aqui sabe o que é sentir a força do vento desses veículos que faltam nos derrubar na calçada”, desabafou.

 

Meta é repintar 500 delas

O diretor-presidente do Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização de Trânsito (Manaustrans), Paulo Henrique Martins, explicou que entre  o dia 10 de março e  30 de junho, o órgão promoveu um processo licitatório para escolher a empresa que iria fazer  a nova pintura das faixas de pedestres.

 

De acordo com Paulo Martins, até setembro o instituto deve entregar mais de 500 faixas, deste número, 250 estão concluídas com materiais que tem uma durabilidade em média de três anos.

 

Boa parte das faixas dessas faixas são as que estão em frente às escolas. Martins, informou que antigamente, a cidade  tinha em média de 800 faixas e hoje este número ultrapassa 2,5 mil.

 

O diretor-presidente explicou que conforme a Código de Trânsito Brasileiro (CBT) a prioridade é a faixa branca. Em Manaus, foram utilizadas a faixa vermelha para chamar a atenção aos motoristas principalmente nas áreas em que as faixas não eram legíveis. “Todo motorista precisa respeitar qualquer tipo de faixa, e como diz a legislação, a prioridade é a faixa branca”, reforçou o presidente.

 

Sobre a situação da Grande Circular, Paulo Martins explicou que o instituto está em estudo e buscando soluções para atender a demanda do local. “Toda e qualquer faixa que é implantada nas ruas de Manaus, o Manaustrans realiza um estudo e faz toda adequação”, explicou.

 

Caso as faixas das ruas dos leitores estejam apagadas, o instituto solicita que entre em contato com o 0800-0921-188 e repasse as informações.

 

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