Apenas um dos dois painéis realizados no fechamento do Connected Smart Cities, realizado de 03 a 05 de agosto em São Paulo, foi dedicado à questões de mobilidade propriamente dita - o outro debateu quase que exclusivamente a importância dos modelos de parcerias público-privada, matéria de interesse das empresas organizadoras do evento.
Painel 1 – A importância do investimento privado nas obras de mobilidade
Participaram do primeiro painel o diretor da Alstom, Cristiano Saito Lopes; Francisco Papaléo, presidente do consórcio Grande Recife; a britânica Sharon Kyndleysides, chairman da ITS (Intelligent Transport Systems); o sócio da área de governo e infraestrutura da KPMG, Charles Schramm e o representante da Secretaria Nacional de Transportes e da Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, Dario Lopes.
Para ouvir a apresentação deste painel na íntegra, clique no player abaixo
Painel 2 – Mudança da realidade urbana para a mobilidade
O segundo painel contou com as apresentações do editor do Mobilize Brasil, Marcos de Sousa, que destacou a importância da inteligência e do planejamento na área, a possibilidade de utilizar a internet das coisas (IOT) para melhorar o fluxo de pedestres; a transformação que as cidades devem sofrer, na medida em que terão que reduzir o espaço destinado aos automóveis para se voltar às pessoas além da necessidade de investimentos pesados no transporte público de alta capacidade.
O gerente de mobilidade urbana da Volvo, Ayrton do Amaral Filho, compartilhou com o público presente as experiências da empresa com a utlização de combustíveis renováveis ou de matriz limpa, como o biodiesel e a energia elétrica. Com menor impacto ambiental, já que quase não produzem ruído e poluem muito menos, os ônibus produzidos pela empresa em sua fábrica no Brasil seriam uma solução inteligente para um trasnporte público mais amigável e eficiente.
A médica do Instituto Saúde e Sustentabilidade, Evangelina da Motta Pacheco, foi enfática ao expor os efeitos da urbanização na saúde pública, considerado um dos grandes desafios da Organização Mundial de Saúde. Segundo a médica, cerca de 84% dos brasileiros vivem atualmente em áreas urbanas, cujas periferias concentram uma grande porcentagem de indivíduos com diabetes e doenças cardiovasculares. Os grandes responsáveis por estes problemas urbanos seriam a poluição e a impermeabilização do solo. Neste cenário, o transporte ativo seria uma solução inteligente e saudável.
Em sua palestra, o secretário nacional de acessibilidade do Ministério das Cidades, Luis Ramos, abordou o tema das calçadas no planejamento do ministério, a busca por cidades mais humanas, justas e democráticas; a Lei Brasileira de Inclusão, onde pessoas com deficiência podem usufruir do espaço com autonomia e a importância do passeio público.
O Painel foi moderado pela professora da Faculdade de Artes Visuais da UFG, Erika Cristine Kneib, que destacou pontos centrais na discussão: a prioridade aos modos não motorizados e ao transporte público coletivo, em especial o ônibus; o perfil de cidades em rede, onde o impacto em determinado ponto afeta outros pontos da estrutura e a necessidade de racionalizar o uso do automóvel.
Ouça o Painel 2 na íntegra clicando no player abaixo
Leia também:
Evento em São Paulo discute Smart Cities
Cidades nos trilhos
Sentir e viver a cidade pelo transporte público