A Prefeitura de Porto Velho, por meio da secretaria municipal de Transportes e Trânsito (Semtran), realiza novas consultas públicas (audiências) sobre o Plano de Mobilidade Urbana da capital. Desta vez, a consulta popular será no sábado, dia 4 de julho, às 9h30, no auditório do Colégio Tiradentes, situado na Avenida Rio Madeira com Imigrantes. O procedimento atende às recomendações do Ministério Público Estadual (MP/RO). A primeira consulta aconteceu no dia 15 de junho.
O coordenador municipal de Tráfego, Francisco Ernesto Coutinho Ciarini, esclareceu que todo município brasileiro, para obter recursos do governo federal, precisará elaborar e aprovar seu Plano de Mobilidade Urbana, segundo lei de 2012. “O município elaborou e agora estamos fazendo as consultas públicas. Depois, esse Plano vai em forma de lei para Câmara dos Vereadores, que avalia e aprova ou não. Estamos fazendo as consultas mostrando as propostas de mobilidade para o município. Queremos que toda a população participe dessas consultas. Os portovelhenses vão ouvir a palestra que explica sobre a mobilidade urbana, as propostas para a melhoraria do transporte coletivo e a implantação de ciclovias. E vai dar sugestões”, afirma Ciarini.
A mobilidade urbana é a capacidade de realizar o deslocamento dentro do meio urbano, como ir ao mercado, para o trabalho, deixar os filhos na escola entre outras ações cotidianas. Quando o município cresce aumenta a demanda de emprego, crescem o número de escolas, mercados, hospitais. O desenvolvimento traz a necessidade de realizar o deslocamento dentro de um mesmo trajeto. A facilidade hoje do cidadão em obter um veículo faz com que ocorra o aumento da frota.
É o caso de Porto Velho. “Nós saímos de sessenta mil veículos para cento e oitenta mil em quatro anos. E, atualmente, a frota é de cerca de duzentos e trinta mil veículos. O Plano de Mobilidade tem como objetivo preparar o perímetro urbano para ajudar o motorista, pedestre, ciclista, entre outros envolvidos a trafegar de forma mais tranquila. Ele é baseado na sustentabilidade, pois se continuarmos a encher as vias de carros vai acontecer mais poluição e devemos combater isso. Queremos diminuir a polição, o acidente e demanda por estacionamento”, agrega Ciarini.
O Plano de Mobilidade deve priorizar o uso de veículos não motorizados como bicicleta e o deslocamento a pé. Ciarini explicou que, nesse caso, em primeiro lugar deve vir o pedestre, em segundo lugar o transporte coletivo (ônibus -que leva cerca de oitenta pessoas). Comentou ainda que para uma pessoa que se desloca de moto a poluição é 16 vezes maior do que em um coletivo. E de carro é 9,6 vezes maior.
Também a acessibilidade será tratada dentro do Plano de Mobilidade Urbana, explicou: “É preciso ter o acesso ao serviço de mobilidade na cidade para toda a cidade. Por exemplo, o acesso de ciclovias. Posso tê-las na cidade, mas no meu bairro não tem. É preciso que exista uma malha ligando toda a cidade. A acessibilidade vale também para as rampas de acesso para cadeirantes, piso podotátil para deficientes visuais, bem como, o transporte coletivo proporcionar esse direito”.
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