Conforme antecipado pelo Mobilize Brasil, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, apresentou nesta sexta-feira (15) os detalhes do plano para a construção de novos passeios públicos e reforma de calçadas da cidade. O plano compreende intervenções nos cerca de 1 milhão de metros quadrados de calçadas na cidade, com investimento de cerca de R$ 45 milhões até o final do ano.
As obras já foram iniciadas na av. Bento Guelfi, na região de Cidade Tiradentes, zona leste da cidade, em um trecho onde não havia calçadas. O prefeito disse que o principal objetivo é beneficiar vias sem calçadas e que 60% das obras estão previstas em ruas com essas condições precárias. Haddad também frisou que a construção das calçadas é uma das iniciativas para melhorar a mobilidade na cidade, ao lado das faixas exclusivas de ônibus e das ciclovias.
Parte do investimento será pago pelos moradores, porque, segundo o prefeito, estima-se que 85% das obras irão beneficiar imóveis particulares. Os proprietários serão cobrados posteriormente, o que é autorizado pela lei municipal 54.039 de 2013, que permite à Prefeitura notificar o dono de um imóvel cuja calçada esteja em situação irregular. “Vamos multar e dar 60 dias para que o dono do imóvel faça o reparo. Se ele fizer, a multa cai, porque o objetivo não é arrecadar. Se ele não arrumar, a prefeitura além de multá-lo pode fazer o reparo e cobrar”, disse Haddad, durante o evento.
Subprefeituras fizeram levantamento
Todas as 32 subprefeituras foram chamadas para indicar locais onde poderia haver melhorias, e a programação prevê intervenção em 28 delas. Uma das mais beneficiadas será a de Capela do Socorro, na Zona Sul, que terá obras em 244 mil m² de calçadas.
Segundo reportagem do site G1, as calçadas estreitas ou a ausência delas é uma das principais razões para o alto número de mortes por acidentes de trânsito na av. Marechal Tito, em São Miguel Paulista, na Zona Leste. A Marechal Tito foi uma das vias avaliadas em 2012 pela Campanha Calçadas do Brasil. O trecho avaliado recebeu nota 4,2, numa escala de zero a dez. No ano passado, das 15 mortes por acidentes de trânsito registradas, 11 foram causadas por atropelamentos, o que representa 73% do total de óbitos por acidentes. Os dados são da CET-Companhia de Engenharia de Tráfego.
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