Para chegar a essa conclusão, o pesquisadores usaram uma técnica chamada análise de custo-benefício que compara o uso da bicicleta ao uso do automóvel. Eles analisaram as vantagens e desvantagens econômicas de vários fatores como criação de empregos, saúde, manutenção e construção de vias, poluição e engarrafamentos. A conclusão foi que o transporte de automóvel é muito mais custoso para a sociedade do que o de bicicleta.
Segundo o estudo, quando todas as despesas da sociedade e dos cidadãos são somadas, o impacto do quilômetro rodado do automóvel é de € 0,50 (R$ 1,71) e o da bicicleta é de apenas € 0,08 (R$ 0,27). Analisando os custos para a sociedade, os pesquisadores descobriram que pedalar ainda dá lucro na Dinamarca: um quilômetro de bicicleta gera € 0,16 (R$ 0,50), enquanto um quilômetro de carro dá prejuízo de € 0,15 (R$ 0,51).
O estudo foi descrito em artigo publicado na revista científica Ecological Economics. O trabalho contribui para a discussão sobre as vantagens para a sociedade do emprego da bicicleta como meio de transporte urbano.
Método pode ser exportado
Um dos autores da pesquisa, o sueco Stefan Gössling, afirmou à Rádio da Suécia que o método pode ser usado em qualquer lugar do mundo e que daria resultados semelhantes em outras cidades. Para ele, não há dúvida de que todas as cidades podem lucrar ao investir na melhoria das condições para o transporte de bicicletas.
A pesquisa é uma boa notícia para Copenhague, que se autoproclama “a cidade das bicicletas” e que tem investido pesadamente na melhoria das condições para esse tipo de transporte. Nos últimos dez anos, o governo local gastou cerca de € 134 milhões (cerca de 450 milhões de reais) em obras como construção e alargamento de ciclovias e pontes exclusivas para ciclistas. Esses investimentos incluíram as populares superciclovias, que são vias expressas que possibilitam o trajeto mais rápido e direto de Copenhague aos setores residenciais no entorno da cidade.
Os investimentos têm dado resultado: na capital dinamarquesa, a bicicleta é mais popular do que o automóvel. De acordo com a prefeitura, no ano passado, quase dois em cada três dos 750 mil moradores da cidade escolheram a bicicleta para fazer os percursos de ida e volta para o trabalho ou para a escola.
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