Prefeitos planejam dobrar ciclovias em capitais até 2016

Previsão de ampliação das vias para bicicleta atinge ao menos 20 capitais, conforme levantamento da Folha de S. Paulo

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Fonte: Folha de S. Paulo  |  Autor: Paulo Peixoto e Juliana Coissi  |  Postado em: 22 de abril de 2015

Sorocaba já foi considerada modelo pela malha cicl

Sorocaba já foi considerada modelo pela malha cicloviária

créditos: Urbes

 

Os prefeitos das capitais brasileiras planejam quase dobrar a rede de ciclovias até 2016. Os 1.400 km a serem entregues equivalem a uma viagem por terra entre São Paulo e Porto Seguro (BA). A previsão de ampliar as vias atinge ao menos 20 capitais, conforme levantamento da Folha. As pistas para ciclistas nas capitais somarão 3.108,2 km –dos quais 1.410,5 km ainda serão criados. Embora a expansão seja comemorada por cicloativistas, são frequentes as queixas sobre a qualidade dos projetos, a falta de manutenção, a ociosidade de algumas faixas e a preocupação com os recursos para viabilizá-las.

 

Editoria de arte/Folhatress
 

 

Muitas promessas –caso de Palmas, Belo Horizonte e Curitiba– são ancoradas em verbas do PAC Mobilidade do governo federal, que tem realizado cortes orçamentários neste começo de 2015. Na conta das prefeituras estão incluídas as calçadas compartilhadas –para pedestres e ciclistas. "As ciclovias estão abandonadas, há lixo, poste no meio, falta semáforo", queixa-se Augusto Schmidt, da BH em Ciclo, associação dos ciclistas de Belo Horizonte. Uma ciclovia implantada na rua Fernandes Tourinho, na zona sul da capital mineira, está rendo refeita porque, além de estreita, fica entre as faixas de carros e as vagas de estacionamento -levando os motoristas a cruzarem a ciclovia para usar a Zona Azul.

 

Velocidade baixa

Se as previsões forem cumpridas, o Rio deve se manter líder em ciclovias entre as capitais: terá 450 km delas, ante 400 km prometidos pelo prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT). Curitiba e BH preveem chegar a 427 km e 220 km de rotas, respectivamente. Ambas estão criando rotas compartilhadas em vias menos movimentadas e com velocidade máxima de até 30 km/h. O Rio já possui ciclovias com esse perfil em Copacabana. Elas estão sob observação e poderão ser implantadas em outros bairros.

 

Na avenida Sete de Setembro, no centro de Curitiba, os ciclistas passaram a transitar exclusivamente pelas ciclofaixas nas vias laterais, destinadas aos carros e motos. Os ônibus utilizam a canaleta central, exclusiva. Em Salvador, os atuais 101,2 km de ciclovias e ciclofaixas concentram-se principalmente no centro, faixa litorânea e grandes avenidas. A prefeitura planeja chegar a 350 km até 2016. Outras capitais são estreantes. Em Boa Vista (RR), está sendo planejada a primeira ciclovia, com 44 km.

 

Há também capitais em que as ciclovias seguirão praticamente estagnadas. Em Florianópolis, os ciclistas mal notarão a diferença: a prefeitura deve criar apenas 200 metros de ciclovia. A expansão das rotas de bicicletas enfrenta resistência de comerciantes, motoristas e de parte dos moradores. Entretanto, alguns ciclistas também reclamam do modo como elas são feitas.

 

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