Cento e dezesseis quilômetros de ciclofaixas e ciclovias fizeram com que muitas bicicletas esquecidas no fundo do quintal voltassem a ser meios de lazer e locomoção. Novos hábitos surgiram e, com eles, os efeitos benéficos de uma vida com mais atividade física. Mas a saúde adquirida com o meio de Transporte Alternativo (TA) não deverá ter impacto apenas no corpo de quem pedala. Fortaleza, que faz 289 anos amanhã, deverá sentir - no ar, no asfalto, nas praças e nas calçadas - a diminuição da poluição e a vivência mais próxima entre as pessoas e a Cida.
“Quem usa bicicleta para se locomover está conseguindo saúde para si, para as outras pessoas e para o local onde mora. É menos engarrafamento, menos gás carbônico no ar e, principalmente, pessoas menos estressadas”, destaca o diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, Jomar Souza. Ele explica que o ciclismo é considerado uma atividade aeróbica, no grupo da natação, hidroginástica, corrida.
Estes são exercícios que promovem a movimentação de grande quantidade de músculos e têm impacto direto na melhoria do sistema cardiovascular e respiratório e da capacidade física em relação à tolerância ao esforço. Utilizar a bicicleta para ir e vir do trabalho, por exemplo, já representa uma vida mais saudável. “É o que chamamos de um TA, onde a pessoa utiliza a força do seu próprio corpo para sair de um ponto A e chegar a um ponto B”, destaca Jomar.
Disposição e prazer
No cotidiano fortalezense, é possível encontrar no pedalar mais do que um exercício. O vento no rosto pode aliviar o dia, cruzar com as pessoas nos aproxima uns dos outros, chegar ao trabalho com o esforço das próprias pernas pode “acordar” o ritmo dos afazeres diários.
“A escolha pela bicicleta me dá disposição. Muda meu dia. Além do prazer de passar pela Beira Mar e me energizar. Sinto diferença também no meu metabolismo. A felicidade é completa”, resume a produtora de eventos Priscila Beviláqua que, há três anos, utiliza a bicicleta como meio de transporte. Para ela, Fortaleza avançou no que diz respeito ao ciclista, porém, a estrutura que dá o suporte de locomoção a quem pedala e a conscientização de motoristas e dos próprios ciclistas precisam melhorar.
E é preciso mesmo ter mais conscientização, mais cuidado, mais segurança. Ao tempo em que o ciclista investe na sua saúde e na do meio ambiente onde vive, ele se arrisca. Histórias de atropelamentos e acidentes são comuns, mesmo em ciclofaixas ou ciclovias. Faltam planejamento e campanhas educativas que promovam um trânsito mais seguro a todos. Pedalar em meio à emissão direta de gás carbônico também pode ser prejudicial.
Seja para ir ao trabalho, passear ou emagrecer, andar de bicicleta faz bem. Escolha o rumo e vá em frente! Fazer parte da mudança que Fortaleza vive merece mais atenção de quem pedala e do poder público - que tenta fazer do transporte alternativo foco de ações governamentais. Os especialistas garantem: com cuidado e adaptações, andar de bicicleta faz bem à saúde das pessoas e da Cidade.
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