Metrôs e trens: demanda cresce 10%, mas redes aumentam apenas 1%

Crescimento na demanda não tem sido acompanhado por expansão da malha

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Fonte: Agência CNT de Notícias  |  Autor: Natalia Pianegonda / Edição: Marcos de Sousa  |  Postado em: 07 de abril de 2015

Transporte sobre trilhos no país não atende a dema

Transporte sobre trilhos não atende a demanda

créditos: Dorival Elze/CUTSP

 

Dados divulgados ontem (6) pela Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos indicaram um aumento de 4,4% no número de viagens em sistemas de trens, metrôs e VLTs, na comparação 2013/2014. Foram cerca de 9,8 milhões de pessoas transportados por dia nos sistemas de trilhos de todo o país.
 

O relatório da ANPTrilhos indica também que este aumento na demanda não está sendo acompanhado por uma expansão na malha capaz de atender aos novos usuários. Em 2014 somente 30 km entraram em operação, ainda em fase de testes, nas linhas Monotrilho Linha 15 (S.Paulo), Metrô Bahia (Salvador), e no VLT  de Sobral (CE). 

 

“Nos últimos anos, o número de passageiros cresceu a uma média anual de 10%, enquanto a malha expande menos de 1%. Isso explica o nível de congestionamento dos sistemas atuais, que têm uma demanda muito superior à oferta que se consegue pôr em operação”, avalia a superintendente da entidade, Roberta Marchesi. “Os investimentos são pequenos frente à necessidade. Além da expansão, os sistemas que já existem devem ser modernizados, para que possam oferecer mais assentos”, complementou a executiva.

 

Novos projetos

Conforme a ANPTrilhos, existem 20 projetos já contratados ou em execução, que correspondem à construção de mais 336 quilômetros de trilhos, entre trens urbanos e regionais, metrôs, VLTs e monotrilhos. A expectativa da entidade é que as obras estejam concluídas até 2020.

 

Entretanto, há um receio de que os projetos sofram algum tipo de impacto decorrente das medidas de ajuste fiscal adotadas pelo governo federal e em razão das dificuldades financeiras enfrentadas por alguns estados. Isso porque a maior parte deles deve ser custeada por verbas públicas.

 

“O setor tem acompanhado os movimentos do governo. É uma preocupação garantir a continuidade dessas obras. Temos alertado o poder público para a importância da manutenção desses investimentos, especialmente porque mobilidade é um gargalo nas médias e grandes cidades”, salienta Roberta.

 

Quando concluídas, as novas linhas beneficiarão moradores de São Paulo, Mato Grosso, Goiás, Ceará, Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro.

 

Há, ainda, uma carteira de 18 projetos de sistemas sobre trilhos prontos para sair do papel. Juntas, todas as iniciativas praticamente duplicariam a malha brasileira, que hoje é de pouco mais de mil quilômetros.

 

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