Moradores de Diadema que utilizam o transporte especial para pacientes reclamam da dificuldade em agendar o serviço, oferecido pela Secretaria de Saúde da cidade. O problema, gerado por haver mais demanda de pessoas que necessitam do atendimento do que veículos disponíveis, acarreta longa espera e perda de consultas e terapias.
A dona de casa Regina Leite da Silva Amorim, 45 anos, destaca o transtorno que tem enfrentado semanalmente para que a filha, Gabrielly Raissa, 15, consiga chegar até a Metodista, em São Bernardo, para o tratamento de hidroterapia. A jovem tem paralisia cerebral e é cadeirante, por isso, a necessidade de utilizar o transporte fornecido pela prefeitura. “Em dezembro não conseguimos marcar carro por duas semanas porque nos informaram que não tinha combustível e tivemos que ir de ônibus. Imagina só a dificuldade que foi subir e descer do ônibus”, diz.
Outra reclamação de Regina é sobre o fato de a equipe da secretaria avisar sobre a impossibilidade de atender a filha em cima da hora, o que provoca a perda do procedimento. “O tratamento é das 9h às 10h toda terça-feira, mas tem vezes em que eles me avisam 8h40 que não tem carro. Como eu vou sair de Diadema e chegar em São Bernardo de ônibus em 20 minutos?”, questiona.
A moradora reclama do tempo de espera ao término do procedimento. Apesar de o carro estar marcado para chegar às 10h30 para buscá-las, mãe e filha já chegaram a esperar por até duas horas. “Ela acaba perdendo aula porque a perua passa em casa 12h30. Sem contar que fica agitada e é um estresse para todo mundo”, ressalta Regina.
A também dona de casa Marilene Rodrigues, 44, e o filho Gregory, 20, estão em situação semelhante. O jovem, que tem Síndrome de Lesch-Nyhan e é cadeirante, utiliza o transporte ofertado pela Prefeitura, esporadicamente, para consultas e procedimentos na AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente) e no Hospital São Paulo, na Capital. “A gente sempre escuta a mesma coisa. Que não tem carro o suficiente, que a Prefeitura reduziu a frota. Já é uma dificuldade levar ele no carro porque precisa desmontar e montar a cadeira de rodas, imagina com transporte público. Fica impossível”, observa a mãe.
A família ainda aguarda agendamento de transporte para consulta marcada para a terça-feira, às 9h, na AACD. “Eu consegui marcar carro para quinta-feira, quando ele terá atendimento no Hospital São Paulo às 13h, mas para o dia 7 ainda não. Preciso ficar ligando e pressionando eles para conseguir, mas não quero que tirem o transporte de ninguém que precisa para beneficiar meu filho. O ideal é ter veículo para todos os pacientes”, considera Marilene.
Em resposta, a Prefeitura de Diadema informou que em relação ao caso da Gabrielly não recebeu oficialmente reclamação da mãe da paciente. Quanto à ocorrência de atrasos no transporte após o tratamento médico em São Bernardo, dois fatores devem ser levados em conta: o trânsito da região entre as cidades e a grande demanda de pacientes em situação similar ou de maior gravidade.
Em relação ao caso do paciente Gregory, a administração confirmou que ele possui agendamentos para os dias 7 e 9 de abril e 6 de maio.
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