Ativistas de todo o Brasil preparam-se para avaliar os passeios públicos em suas cidades. E cicloativistas defendem o plano cicloviário de São Paulo. Nós também estamos nessa!
Lembra da Campanha Calçadas do Brasil? Entre 2012 e 2013, o Mobilize Brasil saiu às ruas para aferir o estado dos passeios públicos em doze capitais do país. Na época, conseguimos avaliar as calçadas em 102 ruas e a nota média, numa escala de zero a dez, ficou em 3,47, número que revela o pouco caso com que as autoridades tratam esse importante componente da cidade.
Caminhar é a forma de mobilidade que gera o menor impacto ao ambiente urbano. E cerca de 30% dos deslocamentos diários dos brasileiros são feitos desta maneira simples.
Passados três anos, e como pouca coisa mudou nesse panorama, estamos apoiando a maratona CalçadaCilada, que acontece no sábado (28), em todo o Brasil.
Idealizada pela CorridaAmiga, com apoio do Mobilize e de outras organizações, a campanha sugere que voluntários de todo o Brasil ajudem a mapear as condições atuais das calçadas nas diversas localidades do país. Para as avaliações, recomenda-se priorizar os locais com grande fluxo de pedestres, como as proximidades de terminais de transportes, escolas, hospitais e centros de compras.
Desta vez, para reunir as informações em uma única base de dados, a campanha utilizará o aplicativo Cidadera, que pode ser acessado pela seção Mobilize-se, aqui do Mobilize. Basta entrar na página, clicar no link "Abrir ocorrência" e selecionar a categoria "Pedestre". Daí, basta seguir as instruções e publicar sua avaliação.
Calçadas, ciclovias e ciclofaixas são (ou deveriam ser) uma das primeiras prioridades em um planejamento de mobilidade urbana. Na contramão dessa tendência mundial, o Ministério Público Estadual de São Paulo está pedindo a paralisação de todas as obras de ciclovias na capital paulista em função dos problemas de qualidade nas obras e dos transtornos que as novas faixas estariam provocando aos motoristas.
Há sim falhas, muitas falhas, nas obras cicloviárias de São Paulo, como atestam algumas visitas de nossa equipe a algumas já realizadas na cidade. Mas, "jogar a criança fora junto com a água suja da bacia" não nos parece uma boa ideia. Carros respondem por cerca de 30% das viagens diárias realizadas em SP. A maioria absoluta das pessoas circula de transporte público ou a pé e nos parece razoável que uma parte desses 70% possa trocar o ônibus, o metrô ou a caminhada por um percurso diário de bicicleta.
Por isso assinamos o documento preparado por várias organizações da sociedade civil para defender a continuidade do plano que prevê 400 km de ciclofaixas e ciclovias na capital paulista até o final de 2015. Leia o texto e entenda porque o apoiamos.
Queremos calçadas transitáveis, ciclovias seguras, novos corredores de ônibus e a volta do trilhos urbanos que sumiram lá nos anos 1950. E vamos também de carro, mas com muita parcimônia, por favor...