Usar o celular enquanto dirige é um risco, tanto para o motorista quanto para quem estiver no caminho dele. O risco é ainda maior quando o motorista que está no celular dirige um ônibus, cheio de passageiros. Em 2014, os fiscais de trânsito de São Paulo multaram, em média, 18 motoristas por dia por causa dessa infração.
Os flagrantes foram feitos por passageiros indignados com a postura dos motoristas que conduzem ônibus e trólebus na maior cidade do brasil. Clique no link e confira na reportagem do Jornal Hoje (Rede Globo) alguns dos flagrantes.
Além de filmar, os passageiros não podem fazer nada, mas os fiscais de trânsito fazem. No ano passado, as empresas e cooperativas de ônibus de São Paulo receberam 6.735 multas pela infração G29. Isso quer dizer que os motoristas foram flagrados usando celular, fone de ouvido ou qualquer sistema de comunicação enquanto dirigiam. O número é menor do que foi registrado em 2013, quando 7.927 motoristas cometeram o mesmo tipo de infração.
Perigo
Celular e direção não combinam. O motorista precisa se concentrar no trânsito, prestar atenção no que acontece na frente, atrás e ao redor para ter tempo de reação, frear ou desviar de um obstáculo se for preciso.
A reportagem do Jornal Hoje fez um teste para mostrar como poucos segundos de distração fazem diferença. O teste foi feito em uma rua de pouco movimento, usada por várias auto-escolas. A primeira etapa foi marcar com cones a distância de 33 metros. Depois, realizar o percurso a 40 km/h.
“Nesse ponto temos 33 metros, que é a distância entre um cone e o outro, que é exatamente a distância percorrida em 3 segundos a 40 km/h”, explica Gerson Burin, coordenador técnico do Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi).
Três segundos é o tempo médio estimado que uma pessoa perde pegando o celular, olhado e voltando a atenção para o trânsito. Parece pouco, mas não é. “Esse é que é o perigo. O pessoal acha que são pequenos segundos, que não tem problema. Aí é que mora o perigo. A pessoa pode se envolver em um acidente nessa pequena fração de tempo”, alerta Gerson.
O perigo aumenta quando o motorista dirige um ônibus. “A inércia de um ônibus é muito maior do que um carro. Consequentemente, o espaço que precisa para parar um ônibus é muito maior do que um veículo de passeio”, afirma o especialista.
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