Com esta quarta edição do Fórum Mundial da Bicicleta (FMB), o evento de fato passa a fazer jus ao mundial em seu nome. Foram mais de 5 mil participantes de quase 50 países presentes. Apenas a delegação brasileira contou com mais de 60 participantes. Nos cinco dias de eventos aconteceram palestras, oficinas e mesas redondas, totalizando mais de 130 atividades que proporcionaram uma quantidade infinita de troca de experiências, conhecimentos e informações entre amantes e ativistas da bicicleta de todos os cantos do planeta.
Ao longo do Fórum, foram apresentados painéis com representantes de diversas partes do mundo, da Rússia à África, passando pela Europa e América Latina. Nas atividades propostas pelos próprios participantes foram realizadas oficinas e mesas redondas, com troca de experiências sobre projetos e pesquisas desenvolvidos em diversas partes do mundo.
Santiago do Chile em 2016
Reflexo da mundialização do evento, a assembleia final recebeu a proposição de seis cidades que se candidataram a realizar a quinta edição do evento no ano que vem: Buenos Aires (Argentina), Cidade do México (México), Moscou (Rússia), Quito (Equador), Santiago (Chile) e São Paulo (Brasil).
A candidatura de Moscou surpreendeu os presentes. A cidade, inclusive, obteve mais votos que as capitais da Argentina e Equador. A delegação de São Paulo presente em Medellín tentou trazê-lo de volta às terras brasileiras com o objetivo de demonstrar para a maior metrópole brasileira, para o país e para o mundo a importância da política de mobilidade por bicicleta que vem sendo implementada na cidade. Porém, a cidade ficou atrás da Cidade do México e da vitoriosa capital chilena.
A candidatura chilena prometeu um evento com ampla ocupação e ressignificação de áreas públicas de Santiago. Não há o que duvidar da capacidade dos chilenos organizarem o evento, já que desde 2006 eles realizam o festival Bicicultura, que teve papel fundamental no aumento do número de ciclistas circulando pelas ruas da capital chilena, chegando a representar 10% dos deslocamentos realizados, sem nenhum apoio do governo local.
Apesar do silêncio europeu sobre a existência do Fórum, diversos ativistas do velho mundo estiveram presentes ministrando oficinas e falando em mesas redondas. Se para as grandes entidades europeias de promoção da bicicleta o FMB ainda não tem relevância suficiente, na América Latina ele é, sem a menor dúvida, o principal evento. E quem bom! Assim ele fica por aqui mais alguns anos, contribuindo para o fortalecimento da articulação latino-americana.
A quarta edição do Fórum Mundial da Bicicleta o consolidou como o principal evento de promoção da bicicleta do planeta. Mostrando como se faz uma boa limonada quando tudo que tem são limões - como fizeram os cicloativistas gaúchos que criaram o FMB, para não deixar que o atropelamento coletivo da Massa Crítica cometido por Ricardo Neis seja esquecido.
Estacionamento de bikes no Fórum, em Medellín. Foto: Youriê César / Mobilize
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