Reproduzimos o texto (e imagens) do jornalista Francisco Sidou, de Belém-PA, no qual questiona a construção de um corredor de ônibus em uma importante rodovia da região metropolitana da capital paraense. Em seu lugar, sugere o investimento em um sistema de barcas modernas que naveguem na grande avenida líquida do rio Amazonas.
Que tal mudar a concepção do BRT ?
Em sua prestigiada coluna de hoje (22), no jornal "O Liberal", o jornalista e diplomata Bernardino Santos levanta a bola para o prefeito Zenaldo Coutinho cortar. Informa up-to-date que o Ministério Público Federal vai analisar os impactos ambientais do projeto BRT - Icoaraci/Belém, via Augusto Montenegro. Alguém duvida qual será o resultado?
A rodovia Augusto Montenegro não comporta mais as intervenções viárias pesadas do projeto BRT. A via já é um caos sem obras, imagine-se com obras que precisam interditar pelo menos uma das pistas, senão as duas em algum momento. Não precisa ser técnico nem engenheiro para se chegar a essa conclusão. Basta trafegar de carro ou de ônibus pela dita via-crucis.
Rodovia Augusto Montenegro: lotação esgotada
Assim, caro Berna, estamos oferecendo uma sugestão de pauta para os senhores do destino de nossa maltratada cidade: investir os recursos porventura já locados para o BRT Icoaraci/Belém em uma baita e ecológica linha fluvial Icoaraci/Belém, com terminais na Estação das Docas e no Campus da UFPA. Em vez de ônibus teríamos barcaças modernas cortando as abundantes águas que banham a metrópole da Amazônia (pode ter perdido o título para Manaus, mas não a sua majestade).
Uma viagem altamente reconfortante ao mesmo preço do ônibus, bem diferente do estresse diário dos nossos amigos de Icoaraci que estudam ou trabalham em Belém. Alguém me ajuda a divulgar essa ideia? Quem sabe ela acabe sensibilizando os "homens que mandam" ou algum dos "notáveis" da Comissão dos Festejos dos 400 anos da cidade?
Sei, os pessimistas irão dizer que os donos de ônibus jamais irão concordar com esse projeto, pois teriam prejuízos. Amigos, os donos de ônibus não são donos da cidade, que tem prefeito e vereadores. Ademais, os empresários do setor também precisam reciclar seus procedimentos, sem perder seus lucros. Basta que se reúnam em torno de cooperativa para explorar o novo ramo de transportes fluviais urbanos. Alguém duvida que logo essa linha fluvial iria se transformar em nova atração turística dos 400 anos de Belém? Se viajar é preciso, mudar e ousar também é preciso.
Ônibus-lancha: futuro para Belém?
Acima o protótipo das estações fluviais e do "ônibus lancha" que poderiam ser adotados em Belém. Na terceira imagem, a rodovia Augusto Montenegro, congestionada, como de hábito, em dias de semana."
Veja o texto original em www.facebook.com/francisco.sidou
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