A tarifa do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) poderá chegar a custar mais de R$ 10. O anúncio foi feito pelo secretário do Gabinete de Projetos Estratégicos, Gustavo Oliveira, durante a apresentação de relatórios sobre o modal, produzidos pelo governo Pedro Taques (PDT).
Segundo o gestor, o executivo estadual está produzindo estudos que apontam a dificuldade de tornar o modal viável para uso da população, uma vez que a passagem da tarifa do VLT poderá custar mais que o triplo da tarifa de ônibus cobrada em Cuiabá, atualmente fixada em R$ 3,10.
“Os estudos que estão sendo feitos apontam que a tarifa do VLT pode custar mais que o dobro da atual tarifa de ônibus coletivo”, disse Oliveira.
O valor estimado vai contra os anúncios, da extinta Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa), de que a pasagem não ultrapassaria os R$ 3.
O último anúncio com o valor foi feito em outubro do ano passado, pelo então coordenador de estudo de operação do VLT e engenheiro de tráfego da Secopa, Rafael Detoni.
“A população foi induzida ao erro, tanto com relação ao custo e à qualidade da obra, como o preço da tarifa que seria cobrado. A ausência de planejamento contribuiu de maneira definitiva para esses fatores”, disse Gustavo Oliveira.
Quando a obra for finalizada e liberada para uso da população, o valor final da tarifa será ainda regulado pela Agência Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá, podendo sofrer distintas variáveis.
Ainda em 2011, o ex-presidente da Agência da Copa (Agecopa), órgão antecessor a Secopa, Yenês Magalhães, já havia alertado que o VLT era inviável para instalação em Cuiabá, justamente porque o custo da tarifa teria que ser alto.
Tarifa antiga
Em 2011, quando foi apresentado o VLT, o valor estimado inicialmente para cobrança de tarifa era de R$ 0,80. Dois anos depois, o valor já havia sido alterado para estimados R$ 3,10 pela administração de Silval Barbosa.
O valor estipulado havia sido justificado como o necessário apenas para a manutenção do modal. Silval chegou a comentar na época que, se fosse preciso, o Estado iria subsidiar para que a tarifa fosse acessível à população.
A previsão inicial era de que o VLT ficasse pronto a tempo de atender a Copa do Mundo de 2014, mas, quase um ano após o Mundial, as obras não estão nem próximo da metade de serem concluídas.
VLT
Desde o início, o VLT se tornou um emblema da administração estadual, uma vez que ele disputou a preferência para execução com o BRT.
O modal foi defendido na época como a melhor opção para Cuiabá pelo então presidente da Assembleia Legislativa, José Riva, e pelo ex-secretário de Estado, Eder Moraes.
Acabou sendo escolhido por Silval Barbosa para a implantação, mas ainda não mostrou viabilidade sequer para conclusão da obra.
Orçado em 1,477 bilhões, o VLT é executado pelo Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande (formado pelas empresas Santa Bárbara, CR Almeida, CAF Brasil Indústria e Comércio, Magna Engenharia Ltda. e Astep Engenharia Ltda.) e já teve a conclusão adiada por duas vezes.
Era esperado para ser concluído até o final deste ano, contudo, a atual cúpula do governo do estado já descartou o prazo.
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