Pânico em SP

Leia o Editorial da Newsletter semanal de número 64 do Mobilize Brasil

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Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Marcos de Sousa  |  Postado em: 03 de maio de 2013

 

Números divulgados ontem pela Secretaria de Saúde de São Paulo revelam que quase 40% dos mortos em acidentes de trânsito no Estado são pedestres, vítimas de atropelamentos.

 

Foram 2.114 pessoas, de um total de 5.394 mortas em acidentes com carros, motocicletas e outros veículos.

 

Os dados, de 2011, revelam um crescimento de 9% em relação ao ano anterior. E são coerentes com as informações sobre atropelamentos de pedestres em várias cidades brasileiras.

 

No Brasil, em 2010, segundo o relatório do Instituto Sangari, cerca de 66,6% das vítimas do trânsito foram pedestres, ciclistas ou motociclistas.

 

A taxa brasileira de mortes no trânsito (mortos por 100 mil habitantes) vinha caindo no início dos anos 2000, mas sofreu uma súbita elevação a partir de 2003/04, um salto coerente com o aumento da frota de veículos - motos especialmente - com o aumento da renda e das facilidades de financiamento de veículos.

 

Também ontem as empresas de revenda de veículos comemoravam um novo recorde de emplacamentos, um aumento de 16% em relação ao ano de 2012. Foram quase 490 mil veículos novos nas ruas e estradas durante os 22 dias de abril.

 

Mais veículos, mais acidentes, certo?

Errado. Países como a Austrália, Canadá e Estados Unidos têm quase o dobro de veículos por habitante do que o Brasil, mas não ostentam os numeros tão vergonhosos de acidentes. Um exemplo: no Brasil temos cerca de 21,5 mortes por 100 mil habitantes, contra 4,0 da Alemanha e 2,5 da Suécia.

 

A fórmula para o sucesso envolve educação, investimento em sinalização de trânsito, rigor no cumprimento das leis e campanhas permanentes na mídia.

 

E mais: investir na melhoria das calçadas públicas, priorizar o pedestre no trânsito urbano e reduzir drasticamente os limites de velocidade no meio urbano. Não mais do que 40 km por hora.

 

Esse panorama foi encontrado pelo ciclista Du Dias, do Mobilize Europa, que nesta semana nos traz a visão de sua chegada à Alemanha, onde as bicicletas não reinam, mas têm de conviver harmonicamente com carros, bondes e pedestres. E tudo funciona. Um bom exemplo para nós.

 

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