Ônibus de SP descumprem 10,5% das viagens contratadas

Falha prejudica usuários e traz prejuízos de R$ 1 milhão por dia aos cofres públicos, diz relatório de consultoria

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Fonte: Estadão  |  Autor: Da Redação / Mobilize*  |  Postado em: 04 de dezembro de 2014

Ponto de ônibus na periferia de São Paulo

Ponto de ônibus na periferia de São Paulo

 

O primeiro resultado da consultoria contratada para auditar o sistema de ônibus de São Paulo está na capa do "Estadão" de hoje. Nada menos do que 10,5% das viagens contratadas pela prefeitura da capital paulista não são cumpridas. Os dados foram coletados ao longo de uma semana no ano passado. 


Segundo o relatório da Ernst & Young, isso representa R$ 369,3 milhões por ano de prejuízos aos usuários e à administração pública. A auditoria aponta ainda que o município cobre "vantagens indevidas" da ordem de R$ 1 milhão diariamente para empresas e cooperativas do sistema de transporte. Os atrasos na saída dos ônibus reflete-se em problemas como superlotação e lentidão. 

 

Se as empresas cumprissem a programação de partidas, isso poderia se reverter em economia de custos fixos da ordem de R$ 30 milhões, com ganhos financeiros significativos, avaliam os auditores.

 

Os auditores criticaram ainda a forma como a São Paulo Transportes (SPTrans) vem fiscalizando e punindo as empresas e cooperativas que falham na prestação do serviço. Constataram, por exemplo, a demora no pagamento das multas, anotações feitas in loco e manualmente pelos fiscais da prefeitura e até cancelamentos das penalidades (em 10% das multas aplicadas).

 

Nas garagens vistoriadas, 8% dos itens que os prestadores devem obedecer foram desrespeitados. Além disso, 108 coletivos que rodaram entre 2008 e 2013 estavam irregulares por terem mais de 10 anos de uso. Por outro lado, não foram encontradas irregularidades quanto à frota acessível (para pessoas com mobilidade reduzida).   

 

Quanto ao controle das partidas dos ônibus, a Prefeitura estuda adotar uma forma eletrônica de medição das saídas. E um sistema de um sistema de bonificação e punição para a verificação dos intervalos entre as partidas, como já é adotado em Londres. De posse da auditoria, a gestão Fernando Haddad (PT) promte redesenhar o modelo de contrato com as empresas do transporte.

*Edição: Regina Rocha 
 

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