O primeiro resultado da consultoria contratada para auditar o sistema de ônibus de São Paulo está na capa do "Estadão" de hoje. Nada menos do que 10,5% das viagens contratadas pela prefeitura da capital paulista não são cumpridas. Os dados foram coletados ao longo de uma semana no ano passado.
Segundo o relatório da Ernst & Young, isso representa R$ 369,3 milhões por ano de prejuízos aos usuários e à administração pública. A auditoria aponta ainda que o município cobre "vantagens indevidas" da ordem de R$ 1 milhão diariamente para empresas e cooperativas do sistema de transporte. Os atrasos na saída dos ônibus reflete-se em problemas como superlotação e lentidão.
Se as empresas cumprissem a programação de partidas, isso poderia se reverter em economia de custos fixos da ordem de R$ 30 milhões, com ganhos financeiros significativos, avaliam os auditores.
Os auditores criticaram ainda a forma como a São Paulo Transportes (SPTrans) vem fiscalizando e punindo as empresas e cooperativas que falham na prestação do serviço. Constataram, por exemplo, a demora no pagamento das multas, anotações feitas in loco e manualmente pelos fiscais da prefeitura e até cancelamentos das penalidades (em 10% das multas aplicadas).
Nas garagens vistoriadas, 8% dos itens que os prestadores devem obedecer foram desrespeitados. Além disso, 108 coletivos que rodaram entre 2008 e 2013 estavam irregulares por terem mais de 10 anos de uso. Por outro lado, não foram encontradas irregularidades quanto à frota acessível (para pessoas com mobilidade reduzida).
Quanto ao controle das partidas dos ônibus, a Prefeitura estuda adotar uma forma eletrônica de medição das saídas. E um sistema de um sistema de bonificação e punição para a verificação dos intervalos entre as partidas, como já é adotado em Londres. De posse da auditoria, a gestão Fernando Haddad (PT) promte redesenhar o modelo de contrato com as empresas do transporte.
*Edição: Regina Rocha
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