Em passagem pelo México, onde será comentarista de uma emissora de televisão durante os Jogos Pan-Americanos, o deputado federal e ex-jogador Romário falou sobre a avaliação que a Comissão de Turismo e Desporto, da qual faz parte no Congresso Federal, fez na visita de 11 dos 12 estádios brasileiros que serão sede da Copa do Mundo de 2014.
Crítico ferrenho da organização do evento, Romário afirmou que os problemas maiores para o Mundial serão em torno da mobilidade urbana. "Meu balanço não é muito positivo. Temos problemas nas 11 que visitamos no que diz respeito à mobilidade urbana. O Rio de Janeiro pode estar mais preparado do que os outros estados. Por outro lado, o Rio vai ter problemas a nível de aeroportos. As obras em vários estados começaram tarde na questão dos aeroportos e em alguns nem começaram".
Segundo o ex-jogador, apenas seis ou sete estádios estarão 100% prontos para a Copa do Mundo. "Creio que cinco destes 12 estádios estejam prontos 100% para Copa das Confederações. Se o andar das obras continuar como está, estarão prontos para a Copa das Confederações. Nove ou 10 estarão prontos para Copa do Mundo. Desses, somente seis ou sete estarão 100%", disse.
Romário também fez críticas à Lei Geral da Fifa para a Copa do Mundo. "Realmente tem muitos problemas. A Fifa, que é a dona do espetáculo, quer apenas levar os lucros e não ter prejuízos e responsabilidades. Não bebo, mas a cerveja é a bebida típica do brasileiro que vai ao estádio. Vou fazer uma emenda para que não seja proibida, e que seja feita uma fiscalização debobrada em cima de quem vai beber dentro de campo. Se você proíbe, ele já chega alcoolizado", disse antes de novamente criticar a entidade.
"Espero que a cerveja não seja da Fifa. É ridículo se os bares só puderem vender produtos da empresa que tem contrato com a Fifa. Uma outra coisa que a Fifa exige que é impossível é assim: se comprar ingresso e não for ao estádio, a Fifa pode te processar por isso. As custas destes processos serão pagas pelo Governo Federal", emendou. Para Romário, a presidente brasileira precisa ser dura.
"O Brasil tem que se colocar no seu lugar, Dilma tem que colocar que quem manda é o presidente da República. Quando foi assinado documento entre Fifa e Brasil, muitas leis mudaram, estatutos se renovaram e a Fifa tem que entender isso., Estou fazendo comparação com outras Copas e quero ver do que os EUA abriram mão. Com certeza, 80% destas exigências não passaram. Espero que como brasileiro e deputado federal, isso não passe pelo Brasil".
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