Circulação de carros em Piracicaba cresce 66% e impacta mobilidade urbana

Solução pede ações mais abrangentes e focadas no transporte coletivo, bem como em outros transportes modais, como a bicicleta

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Fonte: Jornal de Piracicaba  |  Autor: Danielle Gaioto  |  Postado em: 12 de novembro de 2014

OSCIP aponta problemas da mobilidade em Piracicaba

OSCIP aponta problemas da mobilidade em Piracicaba

créditos: Isabela Borghese/JP

 

O aumento substancial do número de automóveis em circulação pelas ruas de Piracicaba, que cresceu 66% ao longo dos últimos oito anos, é um dos entraves da mobilidade urbana do município, apontou diagnóstico divulgado pela Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) Pira 21.

 

O relatório, que foi apresentado em audiência pública na noite desta segunda-feira (10/11), contempla toda a dimensão urbana da cidade e subsidiará a revisão da Agenda 21, conjunto de metas e planos para o desenvolvimento sustentável dos municípios.

 

De acordo com a análise, o volume de carros registrados na cidade chegou a 161.288 em junho deste ano, o que representa 60% da frota existente atualmente em Piracicaba, que é de 252 mil veículos.

 

Já o número de motos chegou a 48 mil, um aumento médio de 55% nos últimos oito anos.

 

Neste mesmo período, foram abertas nove novas avenidas, outras 12 foram duplicadas, além de terem sido entregues seis viadutos e pontes aos munícipes.

 

Ainda assim, o número de intervenções não foi suficiente para acompanhar o ritmo de crescimento de veículos pela cidade, disse a secretária extraordinária da Oscip, Maria Rosa Bueno Morais, que também é responsável pela revisão da Agenda 21.

 

Segundo ela, são necessárias ações ainda mais abrangentes e focadas no transporte coletivo, bem como em outros transportes modais, como a bicicleta. “A conclusão do Anel Viário, que está com obras atrasadas, diminuirá em 30% o número de veículos em circulação em Piracicaba, mas isso não é suficiente”, afirmou.

 

Neste sentido, é preciso que haja investimento no transporte coletivo de qualidade e com boa mobilidade, defendeu o professor José Francisco Calil. Ele ressaltou que existem alternativas tecnológicas, como os sistemas de semáforo, que já auxiliam nessa fluidez do trânsito e destacou a necessidade da cidade estar sempre atenta ao que ocorre no mundo, não só com o transporte, mas com ações ligadas ao meio ambiente, a exemplo do que ocorre em cidades europeias.

 

BALANÇO — Conforme o balanço divulgado pela Oscip, 57% das metas de planejamento e desenho urbanos propostas pela Agenda 21 desde 2006 já foram cumpridos pelo poder público municipal. Com relação ao transporte e à mobilidade, o índice é menor: 37%.

 

Entre as realizações estão a antecipação do Plano Diretor, com construção de parques lineares e macrorregiões da cidade, implantação dos estudos de impacto de vizinhança, construção de 23 mil moradias populares e a construção do polo automotivo.

 

Por outro lado, o diagnóstico mostrou que ainda falta acessibilidade nos calçamentos e atendimento aos deficientes em imóveis particulares, não há políticas voltadas à bicicleta como meio de transporte e permanecem as invasões de áreas e loteamentos irregulares na zona rural. A revisão da Agenda 21 tem participação do Programa de Pós Gradução em Administração da Unimep.

 

Outras quatro audiências públicas sobre economia, meio ambiente, ações sociais e política serão realizadas.

 



 


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