O trânsito em Lafaiete sempre foi alvo de queixas e muitas denúncias. Basta observar na região central um verdadeiro caos: motoristas e pedestres ‘brigam’ por seus direitos e, na maioria das vezes, não cumprem seus deveres. De um lado, muitos condutores avançam os semáforos, param em cima das faixas e não respeitam o limite de velocidade. De outro, alguns pedestres agem de forma irresponsável, atravessando fora das faixas e arriscando a própria vida. O resultado não é nenhuma novidade, mas continua preocupando: uma bagunça infernal, que acaba provocando sérias colisões e atropelamentos.
A Reportagem do Jornal CORREIO foi às ruas e ouviu alguns leitores, que estão revoltados com tanta desordem e falta de respeito. A nutricionista Danielle Fernanda Paixão, 32 anos, mora no bairro Cachoeira (zona norte) e afirmou que, como motorista, observa muita falta de educação dos próprios pedestres. “A gente tem que parar na faixa para o pedestre atravessar, mas ele não espera, nem observa se o motorista está vendo. Também vejo muitas mulheres atravessando fora da faixa com seus filhos e ainda colocam as crianças do lado que o carro está vindo. Mas também vemos motoristas avançando o sinal e parando em cima da faixa. Está ficando impossível dirigir aqui em Lafaiete. Parece que tem um pessoal que só sai na rua para mostrar que tem carro. A cidade não tem estrutura para esse trânsito; seria mais uma questão de educação mesmo”, opina.
Para o estudante Gregório Ignatios Júnior, 19 anos, uma solução seria a conscientização, por meio de cursos e palestras para motoristas e pedestres. “O trânsito está caótico e as pessoas não estão respeitando as leis. Raramente vemos um pedestre esperar e atravessar na faixa, talvez pela pressa do trabalho e a correria do dia a dia. Está em risco a segurança, a vida”, ressalta. O aposentado Sebastião Carlos da Silva, 66 anos, afirmou: “Se tem a faixa, é para respeitar. Motoristas e pedestres não respeitam muito. São situações que a gente vê todos os dias”.
A dona de casa Sueli Francisca do Nascimento, 49 anos, disse que tem muita gente que não está fazendo a sua parte. “Saio de carro e a gente tem que ficar desviando dos pedestres, que não andam no passeio. A avenida Telésforo, aos fins de semana, virou um comércio de álcool. Outro dia meu marido foi desviar de um carro que vinha em alta velocidade, veio outro e esbarrou em nosso carro. Eles estavam provavelmente disputando pega. Fomos atrás dele para cobrar o prejuízo e só o alcançamos na travessia da Barreira. Estávamos com duas crianças no carro. Se continuar assim, ainda vai acontecer uma tragédia”, lamentou.
Leia também:
Na Arábia Saudita, um bairro só para pedestres
Primeira rua do Recife exclusiva para pedestres está com obra atrasada