Em Petrolina, no Sertão pernambucano, alguns pontos de ônibus não possuem assento, outros não têm a cobertura que protege do sol ou até mesmo não existe sinalização alguma que indique se tratar de um ponto de parada. Os moradores que usam o transporte público improvisam assentos com pedras ou pedaços de madeira. Apesar dos problemas, não existe um prazo para a correção desses pontos.
A auxiliar de serviços gerais, Elisângela Alves de Brito, sempre aguarda o transporte em um dos pontos na Avenida da Integração. Ela comenta que a situação atual destes locais põe em risco a segurança dos usuários. “É uma falta de respeito com a população, principalmente porque os coletivos demoram bastante para chegar e os idosos ficam sentados no meio-fio, correndo o risco, inclusive, dos ônibus passarem por cima dos pés deles”, declarou.
Para Rosalina Rodrigues, aposentada, um ponto de ônibus que fica na BR-428 é muito complicado. “Você passa uma hora esperando o ônibus escorada na lateral do ponto. Seria interessante que tivessem, pelo menos, dois assentos, porque a gente cansa de ficar em pé”, relata.
No bairro Dom Avelar, na Zona Leste, o principal problema é a falta de pontos de ônibus. Na Avenida dos Minérios, nada indica que exista uma parada no local. Alcides de Assis Filho é dono de uma lanchonete próxima ao ponto e diz que as pessoas que não moram no bairro têm dificuldade para usar o transporte coletivo por não saber onde ficam os pontos de parada. “Não tem placa, não tem sinalização nenhuma. Quem já mora aqui está acostumado, mas quem é de fora fica perdido. Também não tem um lugar certo para os ônibus pararem, às vezes é do lado do poste, às vezes é depois ou antes”, comenta.
Segundo o diretor-presidente da Empresa Petrolinense de Trânsito e Transporte Coletivo (EPTTC), Paulo Valgueiro, as correções nos pontos acontecem apenas em caráter emergencial. “Várias das intervenções que precisam ser feitas vão ser realizadas depois da conclusão do Plano Diretor de Mobilidade Urbana que está em fase final de licitação”, disse. De acordo com Valgueiro, o Plano está estudando as vias da cidade para analisar possíveis mudanças em percursos e reformas nos pontos de ônibus.
Um projeto anterior de reforma das paradas estava em licitação em fevereiro deste ano, mas segundo o diretor-presidente, o projeto foi integrado ao Plano. “Com a tramitação do Plano, todas as ações foram integradas. Ao todo, são 12 pesquisas sobre as necessidades de deslocamento da população e, em cerca de oito meses, deve ser entregue à Câmara de Vereadores para se tornar lei”, explica.
Valgueiro comenta que a falta de assentos nos pontos não deveria ser um problema, pois o normal seria que os passageiros rapidamente pegassem os seus ônibus. “Teoricamente o abrigo não é para ficar por muito tempo, mas em alguns casos existe a demora. Com os estudos vamos identificar os problemas e vamos fazer as mudanças necessárias”, conclui.
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