Andar a pé por Olinda é uma verdadeira aventura. Buracos, lixo acumulado, comércio informal e carros estacionados tomam conta das calçadas e ocupam o espaço que deveria ser dos pedestres. No Sítio Histórico, onde muitos trechos sequer têm calçadas, ou nas principais avenidas da cidade, idosos e pessoas com deficiências são quem mais sofrem com o problema.
Moradora de Rio Doce, a aposentada Assunção Vasconcelos, 52 anos, ajuda a tia idosa de 84 anos na rotina de consultas médicas. Para ela, uma simples caminhada de poucos metros exige esforço e atenção redobrados. “De todos os problemas, os buracos são os piores. Ficamos sempre expostas ao risco de quedas e tropeços”, reclama.
Com água da chuva acumulada e esgotos estourados em vários pontos, os buracos que tomam conta da calçada, além de atrapalhar a mobilidade, também são foco de doenças. A aposentada Laucilene Dativa, 65 anos, sentiu na pele o descaso público com a manutenção dos espaços destinados aos pedestres. “Caí num buraco e tive uma doença de pele por causa da água suja. Ainda estou em tratamento por isso.” A maior reclamação de Laucilene, no entanto, é em relação à ocupação pelos automóveis. “Os carros tomam conta da maior parte da calçada e a gente tem que se arriscar pela avenida para conseguir passar.”
A Prefeitura de Olinda garantiu que a coleta de lixo é feita diariamente e que no caso de entulhos, como restos de poda de árvores e reformas, cabe ao morador dar destino ao resíduo. A administração municipal informou ainda que a responsabilidade da manutenção das calçadas é compartilhada com os moradores, que devem cuidar da preservação enquanto à prefeitura cabem os reparos do meio-fio e da linha d’água.
“Algumas calçadas ficam danificadas porque os próprios moradores e comerciantes usam os locais como estacionamento para suas residências e estabelecimentos comerciais”, disse a nota enviada pela assessoria, que explicou que em locais de grande circulação de pedestres o órgão realiza o reparo.
Sobre os carros estacionados de forma irregular em estabelecimentos comerciais, a assessoria informou que as secretarias de Transportes e Trânsito e Planejamento e Controle Urbano promovem “constantemente” ações de fiscalização nos bairros para coibir a prática.
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