Do Oiapoque ao Chuí, ciclista já se aventurou pelo país quase 20 vezes

Jailton Ferreira viaja pra todos os cantos do país sem um objetivo específico, ou com vários objetivos. Ele venceu um câncer e busca, na pedalada, a cura da depressão

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Fonte: Globo Esporte  |  Autor: Pâmela Fernandes  |  Postado em: 11 de setembro de 2014

"Ciclista Maluco" passou por Ji-Paraná

créditos: Pâmela Fernandes

 

Quantas voltas a vida dá? Essa resposta poderia ser respondida por Jailton Ferreira ou, simplesmente, "Ciclista Maluco". Aos 59 anos, ele já pedalou quase 20 vezes, algumas delas do Oiapoque ao Chuí. Com ele, viajam sempre Bambina - a bicicleta sem marchas ou freio a disco -, duas bandeiras do Brasil e todo o registro da história na garupa da magrela.

 

O catarinense de Itajaí passou por Ji-Paraná no retorno da 19ª aventura de bicicleta. Ele conta que tudo começou em 1986, quando venceu um câncer no intestino, mas caiu em depressão. Pedalar foi a única alternativa que o Jailton encontrou para resolver o problema. A viagem começou no dia 19 de maio de 2012 e só termina no fim de 2016.

 

"Depois da cirurgia, fiquei pra baixo. Daí um amigo me chamou para fazer uma viagem para o Paraguai e eu aceitei. Hoje nem preciso de remédios. Existe milagre, eu sou um milagre. O médico me deu apenas oito anos e já se passaram 27", conta.

 

Jailton Ferreira diz que a viagem deve terminar apenas em 2016 (Foto: Pâmela Fernandes)Jailton Ferreira diz que a viagem deve terminar apenas em 2016 (Foto: Pâmela Fernandes)

 

Para se manter na estrada, Jailton recebe apoio de prefeituras para estadia e alimentação. Esta, ele diz, está sendo a viagem mais longa. Nas outras, ele revela, que foram gastos de um a dois anos, mas não há problemas quanto ao tempo. O ciclista é separado da esposa, mas garante que a saudade é apenas dos filhos.

 

"Eu troquei minha mulher pela bicicleta e não me arrependi. Tenho três filhos, dois meninos e uma menina de 19 anos, que tenho muita saudade."

 

Em 27 de anos de aventuras, o Ciclista Maluco passou a maior parte na estrada. Conheceu dezenas de artistas, atletas, políticos, dos quais carrega fotos para não deixar dúvidas. De bicicleta, conheceu o Uruguai, Argentina, Paraguai e Bolívia. Dentro do Brasil, não conhece apenas duas capitais, Rio Branco (AC) e Boa Vista (RR). 

 

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