Em poucas semanas a cidade de São Paulo está conquistando dezenas de quilômetros de ciclovias. A meta, segundo a prefeitura, é atingir os 400 km até o final de 2015.
A ação tem recebido críticas isoladas, com o argumento de que a ciclovia retira o espaço antes ocupado para a circulação e estacionamento de automóveis; e de outro pela falta de controle de qualidade nas obras de construção das vias cicláveis. Mas, apesar dos problemas, os cicloativistas comemoram cada quilômetro conquistado.
No entanto, a expansão do sistema cicloviário está encontrando obstáculo nas pontes, obras feitas para ligar pontos da cidade, mas transfomadas em barreiras que impedem a passagem de ciclistas, pedestres, carrinhos de transporte e cadeirantes.
Um bom exemplo é a recém-inaugurada ciclovia da Av. Guilherme Cotching, na zona norte da cidade. Agora, graças às faixas vermelhas implantadas junto do canteiro central da via, é possível pedalar com relativa segurança por cerca de 2,7 km, até o encontro com a av. Marginal do Tietê e a ponte da Vila Guilherme, sem ciclovia e quase sem calçada.
Ao chegar ao final da ciclovia, os ciclistas têm duas opções: ou se arriscam em meio ao tráfego pesado de carros, motos, caminhões e ônibus, ou escapam para a calçada, junto com os pedestres, numa operação tamném complicada e arriscada. Explica-se: num dos lados da ponte, a calçada é sinistra, cheia de placas soltas, em meio a uma obra de saneamento. Na outra pista a calçada é estreitada por uma pesada defensa metálica, que obriga pedestres e ciclistas a trafegarem pelo gramado. O pior acontece nas extremidades das alças de acesso, onde as pessoas são obrigadas a aguardar vários minutos até encontrar uma brecha no trânsito, que permita a a travessia, com uma leve e perigosa corridinha.
Corrida de obstáculos: ginástica arriscada para cruzar o guard-rail amassado, no outro lado da pista
Campanha Adote uma Ponte
Exatamente por conta disso, algumas organizações de ciclistas e pedestres de São Paulo estão organizando a campanha "Adote uma ponte", que visa a melhorar a acessibilidade das pontes e viadutos da cidade para pedestres e ciclistas. A ideia é que as pessoas adotem voluntariamente uma ponte ou viaduto e enviem informações e imagens sobre as condições de circulação de pessoas não motorizadas nesses locais.
A campanha pretende estimular a melhoria urbana integral das pontes, incluindo a manutenção de calçadas, iluminação pública e paisagismo, além da sinalização, de forma a estimular as pessoas a utilizarem mais essas travessias.
Para aderir é simples: acessar o site da campanha (www.ciclocidade.org.br/adoteumaponte) navegar no mapa interativo e escolher uma ponte ou viaduto, fazendo o seu registro. Ao se tornar colaborador, o voluntário poderá enviar informações sobre as dificuldades que enfrenta em relação a estrutura “adotada”. Valem fotos, vídeos, relatos ou dados sobre o uso e situação da ponte.
As pessoas que aderirem à cammpanha também poderão utilizar as ferramentas de mobilização da campanha, como panfletos, stêncil para produzir sinalização alternativa, lambe-lambes com mensagens da campanha e, ainda postagens para compartilhar nas redes sociais. O site "Adote uma Ponte" deverá ser lançado nos próximos dias, prometem os organizadores.