São Paulo tem sinalização deficiente para usuários de ônibus, pedestres e ciclistas

Capital paulista ficou com a média 3,8, numa escala de zero a dez. Os dados são da campanha Sinalize!, do Mobilize Brasil

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Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Marcos de Sousa / Mobilize  |  Postado em: 20 de agosto de 2014

Pontos novos, incompletos, ficaram sem informação

Pontos novos, incompletos, ficaram sem informação em SP

créditos: Reprodução

 

Para onde eu vou agora? Qualquer visitante que tenha chegado a São Paulo pela primeira vez, certamente já se viu perdido em meio a tantas ruas, avenidas, linhas de ônibus, metrôs e trens. Na dúvida, a opção mais fácil é chamar um táxi e declarar o destino.

 

Se chegar pelos terminais rodoviários, o caminho será mais fácil, graças à boa sinalização disponível nas conexões com o metrô paulistano. Mas, uma vez na cidade, o emaranhado de ruas se torna um quebra-cabeças de extrema dificuldade.

 

Não por acaso, a cidade obteve a média 3,8 (numa escala de 0 a 10) no levantamento realizado pelo Mobilize para verificar como está a sinalização voltada a pedestres, ciclistas e usuários de transporte público.

 

A capital paulista teve um total de 48 avaliações realizadas por voluntários que participaram da campanha Sinalize! entre os meses de junho e julho, e ficou em quinto lugar no ranking de 13 capitais brasileiras, todas deficientes nesse tipo de infraestrutura.

 

Pior nos pontos de ônibus

São Paulo tem pontos com excelente sinalização, como as estações do metrô. Nas ruas, a cidade também conta com uma boa média de semáforos de pedestres e há faixas de segurança em quase todas as esquinas mais movimentadas. A capital falha, principalmente, na sinalização disponível nos pontos de ônibus, quase inexistente; e na orientação a pedestres e ciclistas nas ruas sobre qual o melhor caminho a seguir.

 

As placas existentes são quase todas dirigidas ao motorista e nem sempre o caminho para o carro é adequado ao pedestre ou ciclista. Alguma mudança começou a acontecer durante a Copa do Mundo, quando a prefeitura implantou placas e tótens com mapas de localização voltados aos pedestres. A intervenção, porém, limitou-se à área central da capital paulista e às áreas próximas aos pontos de passagem de turistas e torcedores.

 

Avaliação nacional

A campanha Sinalize! avaliou 25 cidades, com destaque para as 13 capitais, que obtiveram a seguinte colocação no ranking nacional:

 

Curitiba (5,4)

Rio de Janeiro (4,6)

Porto Alegre (4,2)

São Paulo (3,8)

Belo Horizonte (3,6)

Recife (3,3)

Brasília (2,5)

Natal (2,5)

Salvador (2,1)

Cuiabá (1,9)

Maceió (1,6)

Fortaleza (1,3)

Manaus (0,7)

 

Em São Paulo, foram realizadas 48 avaliações, com as seguintes notas por categoria:

 

 

São Paulo

Modalidade

Avaliações

Média

Ciclistas

16

3,1

Transporte Coletivo

17

4,5

Pedestres

15

3,7

Total Geral

48

3,8

 

 

 

Modo bicicleta

Avaliações

Média

Ciclorrota

4

0,5

Ciclofaixa

1

6,3

Ciclovia

7

6,0

Rua comum

4

0,0

Total Geral

16

3,1

 

 

 

Transporte coletivo

Avaliações

Média

BRT

1

5,7

Ônibus

10

2,7

Trem / Metrô

6

7,2

Total Geral

17

4,5

 

 

O que foi avaliado

Na área de transporte público, foram verificados itens como as informações disponíveis nos pontos de parada e a sinalização no interior dos veículos, na maioria sistemas de ônibus ou corredores inteligentes de ônibus (BRTs), mas também metrôs e trens urbanos.

 

Em relação à sinalização para pedestres, os avaliadores procuraram verificar a existência de faixas de travessia, placas de advertência, semáforos específicos para os pedestres e placas indicativas para orientação de quem opta por transitar a pé pelas cidades.

 

"O objetivo desse primeiro levantamento é chamar a atenção das autoridades e da opinião pública para a precariedade da sinalização voltada a quem não anda de automóvel", afirma Eduardo Dias, coordenador da campanha Sinalize! 

 

Du Dias, que é ciclista urbano, lembra que a avaliação também procurou olhar a sinalização voltada a quem usa a bicicleta como meio de transporte. À exceção das ciclovias recentemente implantadas em várias cidades, nas ruas não se vê placas, sinalização de solo ou semáforos específicos para ciclistas. "Essa carência aumenta as chances de acidentes envolvendo condutores de bicicletas e triciclos", afirma Dias.

 

Resultados

O ranking atual foi baseado em 372 avaliações em (123 de ciclistas, 128 de pedestres e 121 do transporte coletivo) em 25 cidades, mas o objetivo da campanha Sinalize! é ampliar essa amostragem com a participação de voluntários de outras localidades.

 

Os resultados e formulários para avaliação estão disponíveis no site da campanha.

 

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