Contrariando as expectativas dos taxistas da cidade de São Paulo, a Copa do Mundo se tornou uma dor de cabeça para a categoria. O setor, que esperava dobrar o faturamento durante o Mundial, até o momento teve foi uma queda de 40%, afirma o presidente do Sindicato dos Taxistas Autônomos de São Paulo, Natalício Bezerra Silva.
"Nós esperávamos um movimento grande, investimos em cursos de idiomas para os nossos filiados e o faturamento caiu quase pela metade", lamentou Silva.
O evento trouxe prejuízo ao taxista João de Sousa, 57, que trabalha em um ponto no bairro República, região central da capital paulista: "O pessoal foca na Copa e fico muitas horas parado. As empresas liberam os funcionários mais cedo e o movimento cai", reclama. Ele conta que fez poucas viagens com passageiros estrangeiros desde o início dos jogos e sua corrida mais lucrativa com “gringos” atingiu o valor de R$ 19.
Em sua primeira Copa do Mundo e visitando São Paulo também pela primeira vez, o argentino Filipe Posse, de 27 anos, conta que só utilizou o serviço de táxi uma vez na cidade paulista e por uma emergência.
"Estava com meu amigo na Fifa Fan Fest e ele torceu o pé. Tivemos que pegar um táxi do Vale do Anhangabaú até a rua Pamplona, onde estamos hospedados. A viagem custou R$ 14". Questionado se pensa em andar por São Paulo de táxi mais uma vez, Posse disse que só se houver outra situação de urgência.
Prefiro o metrô, diz argentino
Já Nicolas Argento, 38, também argentino, está em sua segunda Copa do Mundo. A estreia dele em Mundiais foi em 1994, nos Estados Unidos, quando o Brasil se sagrou tetracampeão e a Argentina foi eliminada nas oitavas de final pela Alemanha por 3 a 2. Segundo Argento, as linhas do metrô da cidade de São Paulo o levam para os principais locais.
"Táxi é muito caro. Como estou hospedado próximo à avenida Paulista, prefiro usar o metrô, que faz as mesmas distâncias e me leva para onde quero por um preço muito menor."
A expectativa do Sindicato dos Taxistas Autônomos de São Paulo, agora, é recuperar o movimento após o término da Copa do Mundo, quando a cidade voltará ao seu ritmo normal.
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