Na partida entre Uruguai x Costa Rica, sob o calor de até 34 graus de um sábado (14) quase sem nuvens em Fortaleza, o torcedor tinha que vencer o trajeto de três quilômetros - trecho interditado pela Fifa - para chegar ao estádio Castelão. A solução veio da criatividade do cearense: o transporte por bicicletas, com vários bancos e transformadas em táxi.
Para não enfrentar os longos trechos com pouca sombra, alguns torcedores mais cansados pagaram os R$ 10 cobrados pelos "taxistas do pedal" para levá-los até a porta do estádio. A federação internacional de futebol não impede que bicicletas circulem nas redondezas.
Uma delas chegava a ter até sete bancos, todos com pedais para que os torcedores pudessem ajudar a pedalar e chegar mais rápido à entrada da arena.
"Vale, vale muito a pena pegar isso. É bem mais sossegado, cansamos bem menos e ainda temos nossos braços livres para para tomar a nossa cervejinha", falou Fernando Milanello, que ia ao jogo com a camisa da seleção brasileira e mais seis companheiros juntos.
Senso de oportunidade
Somente nessa tacada a bicicleta táxi de Naílton Gomes já angariou R$ 70. Ele é o dono desse veículo e o trouxe na madrugada da região da praia para a do estádio. Diz que desde às 8h30 ele e mais dois companheiros já estavam a postos para as viagens.
"É bom que dá para angariar um dinheiro com isso. Ajuda bastante. Eu sou comerciante da cidade e trabalho com locação de bicicleta, mas vir pra cá em dia de jogo já pode garantir um extra a mais ainda", explicou.
Naílton disse que teve a ideia de usar as bicicletas interligadas na Copa das Confederações e que em um dia de mito movimento chegou a lucrar até R$ 2.000.
Muitos torcedores nas redondezas do estádio reclamaram das longas distâncias percorridas no sol e calor até chegarem à porta do estádio. "Ninguém merece caminhar nesse calor, isso é demais, é desnecessário", reclamou o uruguaio Rodrigo Bstrada. "O acesso para chegar aqui é muito ruim, caminhar a essa hora do dia, com esse calor, não dá", endossou o companheiro Pablo Paladino.
A uruguaia Teresa Loureiro caminhava bem devagar com a sua família, com várias pausas para beber uma água em uma garrafa de dois litros que a família carregava. "Isso está sendo horrível. Por que não fazer um limite de três ou quatro quarteirões? Mas tudo isso, é necessário?", questionou.
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