Uma espera de quase duas horas no ponto de ônibus. Essa é a situação que alguns moradores que precisam se locomover através de transporte coletivo em Petrolina, no Sertão pernambucano, passam. Além dos atrasos, as queixas são de superlotação e péssimas condições de conservação dos ônibus das empresas que atendem a cidade.
A secretária Mizaella Mara de França, de 24 anos, pega a diariamente a linha da empresa Viva Petrolina, no trajeto entre o bairro Cohab VI, na Zona Oeste, ao Centro. Ela conta que sempre os ônibus estão superlotados e não acomodam a demanda de passageiros. “Normalmente sempre tem gente em pé e até encostada na porta de saída. Teve um dia que vi uma criança no colo da cobradora, por falta de lugar”, relata.
Francisca Alves, de 30 anos, trabalha como zeladora e pega a linha do Cosme e Damião, na Zona Norte. Ela reclama que os atrasos são constantes dos ônibus. “Já esperei pelo ônibus mais de duas horas. E isso acontece todos os dias. Acho que eles têm que colocar mais ônibus, porque não está dando conta da quantidade de pessoas. Os ônibus estão sempre lotados. Pego outras empresas e não tenho problemas, mas a Viva (Petrolina) é direto assim”, denuncia.
A vendedora Marili Chalegre, de 52 anos, resume os problemas que passa todos os dias como 'sufoco'. Ela costuma pegar a linha Cohab VI, via Honorato Viana, trajeto feito também pela empresa Viva Petrolina. “Nos dias que tem atraso, quando passa o ônibus é entupido de gente. É um sufoco com calor, gente lá dentro passando mal”, relata.
A Viva Petrolina tem 37 ônibus, dos quais 32 circulam efetivamente e 5 funcionam como reservas. Em nota, a empresa informou que está em processo de renovação da frota e que, até o final de maio, será concluída a substituição de seis veículos, sendo dois novos e quatro seminovos. A empresa prevê ainda que no mês de julho, outros quatro veículos novos também entrem em circulação.
Para atenuar os problemas dos atrasos dos ônibus, a Viva solicitou junto a Empresa Petrolinense de Trânsito e Transporte Coletivo (EPTTC) o aumento de veículos reservas, passando de cinco para oito, o que ultrapassa o decreto municipal que permite que exceda apenas 15% da frota total. A medida seria provisória enquanto chegam os novos ônibus.
De acordo com o diretor-presidente da EPTTC, Paulo Valgueiro, a Viva Petrolina tem sido autuada com frequência em relação ao descumprimento no número de ônibus da frota. Um levantamento será realizado através do Plano Municipal de Mobilidade para diagnosticar a situação do transporte urbano no município. “Vamos estudar todo o sistema de transporte para fazer um diagnóstico e saber se vamos ter que aumentar o número de ônibus e até contratar novas empresas", conta Paulo.
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