O projeto do novo Estatuto do Pedestre prevê que nenhum semáforo de Porto Alegre tenha menos de 30 segundos de intervalo para a travessia de pedestres. A emenda que determina a mudança é de autoria do vereador Marcelo Sgarbossa (PT), e causa contrariedade na Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC).
O parlamentar diz que intenção é dar mais segurança e conforto para o cidadão atravessar a rua. "É uma inversão de prioridades, de valores. É permitir que, como o Código de Trânsito há vinte anos atrás já previa, a prioridade seja dos pedestres", afirma.
Algumas vias tem tempo de 11 segundos, como o cruzamento entre a Avenida Siqueira Campos e a Rua Uruguai, no Centro de Porto Alegre. O movimento é grande, e alguns pedestres precisam correr para atravessar em segurança. "É pouco tempo [para] pessoas idosas", diz o aposentado Edir Alves.
O empresário Deniso Dias concorda. “Tem de atravessar correndo. Para pessoas mais velhas, nem dá tempo. É ruim para o motorista e é ruim para o pedestre”, afirma.
Já o diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari, acredita que medida deve gerar transtornos. "Teremos um trânsito com uma fluidez bastante reduzida, onde os tempos dos semáforos serão longos. Há um risco, inclusive, de desobediência à própria sinalização", argumenta.
O estatuto também prevê a criação de uma ouvidoria e um conselho para discutir problemas de trânsito. A assessoria de José Fortunati diz que o prefeito só vai se manifestar depois que receber o projeto da Câmara Municipal.
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