Em um ano, economia de carro híbrido já compensa preço maior

Investimento em carro híbrido vale cada vez mais a pena segundo estudo divulgado pela Jato Dynamics com exclusividade para o site EXAME.com

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Fonte: Exame  |  Autor: Priscila Yazbek  |  Postado em: 31 de março de 2014

Os carros híbridos possuem um motor de combustão

Os carros híbridos possuem um motor de combustão

créditos: Divulgação

 

Cada vez mais investir na compra de um carro verde deixa de ser apenas uma questão de ideologia para também se tornar uma boa estratégia de economia.

 

Um levantamento realizado pela consultoria automotiva Jato Dynamics, com exclusividade para EXAME.com, mostra que os carros híbridos estão cada vez mais vantajosos financeiramente.  

 

Na última pesquisa realizada pela empresa, no final de 2012, para que a maior eficiência dos carros híbridos vendidos no Brasil compensasse o gasto adicional na compra, o proprietário precisava esperar pelo menos 26 anos. Agora, com a evolução na tecnologia dos carros e o menor preço, com apenas um ano e dois meses, aproximadamente, a economia de combustível já compensa o gasto adicional.

 

Os carros híbridos possuem um motor de combustão, normalmente movido a gasolina, e um motor elétrico que reduz o esforço do motor de combustão, proporcionando menor consumo de combustível e redução no nível de emissões de gases poluentes.

 

Veja na tabela a seguir em quanto tempo a economia de combustível passa a compensar o maior o preço mais alto pago na compra dos carros híbridos atualmente vendidos no Brasil:

 

Carro híbridoLexus CT (1.8 200H F-SPORT AUTO)Ford Fusion (2.0 16V Hybrid Titanium Auto)Toyota Prius (1.8 VVT-I Auto)
Preço sugerido pela montadora R$ 157.000 R$ 127.990 R$ 120.830
Carro similar com motor convencional Toyota Camry (3.5 V6 VVT-I AUTO) Ford Fusion (2.0 16V GTDI Titanium Auto) Toyota Corolla (2.0 Dual VVT-I Flex Altis Multi-Drive)
Gasto adicional na compra R$ 6.400 R$ 22.000 R$ 27.930
Economia de combustível por ano R$ 2.799,54 R$ 1.820,11 R$ 2.141,543
Quilometragem necessária para que a diferença de preços se anule 23.000 km 121.000 km 130.000 km
Prazo de retorno do investimento (em anos) 1,15  8,06 8,6

Fonte: Jato Dynamics. 
*Foi considerado o preço médio nacional do litro da gasolina no dia 21 de março de 2014 (R$ 2,848), segundo dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP).
**Prazo de retorno considerando o uso do carro na cidade.

 

Milad Kalume Neto, gerente de desenvolvimento de negócios da Jato Dynamics, responsável pela elaboração do estudo, afirma que a queda no preço dos veículos híbridos vendidos no Brasil nos últimos anos explica o menor tempo de espera para que o valor de compra mais elevado recompense o comprador.

 

Segundo ele, os preços caem por uma razão óbvia: conforme as novas tecnologias são incorporadas às linhas de produção das montadoras, os custos de fabricação são reduzidos, diminuindo o valor final para o consumidor.

 

“A partir do momento em que essa tecnologia é desenvolvida e testada, os custos de desenvolvimento desse maquinário ficam mais diluídos em função da maior quantidade de unidades produzidas”, esclarece Kalume Neto.

 

Como a montadora repassa o custo do investimento para o preço das unidades produzidas, quanto mais veículos são produzidos, menos esse custo de investimento pesa no bolso do consumidor.

 

Vale a pena? 

Do ponto de vista da responsabilidade ambiental, comprar um carro híbrido em vez do convencional vale a pena, sem sombra de dúvidas. Mas pensando apenas no aspecto financeiro da compra, o carro híbrido ainda não compensa o investimento em todos os casos.

 

Infelizmente, os carros híbridos vendidos no mercado brasileiro ainda têm custo de aquisição elevado, superior a 100 mil reais.

 

E o carro com retorno mais rápido sobre o maior investimento, de um ano e dois meses, é o Lexus, o mais caro entre os três vendidos aqui no Brasil. Seu preço sugerido é de 157 mil reais, enquanto o Prius custa 120.830 reais e o Fusion Hybrid sai por 127.990.

 

Mas, caso o comprador tenha uma renda que permita bancar um veículo nessa faixa de preço, a compra do carro híbrido compensa apenas se o proprietário permanecer com o carro durante alguns anos.

 

Como o comprador de carros de 100 a 150 mil reais normalmente costuma trocar seu carro de ano em ano, talvez o principal fator de peso para a compra do carro híbrido ainda seja a emissão de menos gases poluentes.

 

Segundo Kalume, o perfil de comprador de carros híbridos normalmente é de alguém que possui renda elevada e deseja vincular sua imagem à uma postura ecologicamente responsável. “É o comprador que não pode deixar de trabalhar sem carro, mas para passar uma imagem mais sustentável paga um pouco a mais para ter um carro desse.”

 

Para ele, três fatores principais pesam para a compra do carro híbrido: ter dinheiro em caixa sobrando; querer passar uma imagem sustentável; e o sistema com tecnologia superior.

 

De acordo com o gerente de negócios da Jato Dynamics, além de contar com a maior eficiência no consumo, os carros híbridos também contam com outros recursos tecnológicos mais avançados do que os carros convencionais. "O Prius, por exemplo, tem um powertrain[conjunto de sistemas que realizam o trabalho mecânico, térmico ou elétrico do veículo] muito mais avançado do que o do Corolla e outros similares", diz.

 

Carro híbrido no mundo

Enquanto no Brasil o preço elevado ainda impede o acesso dos compradores aos carros verdes, na Europa ter um carro híbrido é a solução para quem precisa economizar.

 

"Como o combustível lá é muito caro, a solução que o mercado europeu teve que buscar foram os carros híbridos. Lá esses carros são muito mais comuns do que no Brasil e até do que nos Estados Unidos porque o valor do litro de combustível na Europa é muito maior", afirma Milad Kalume Neto.

 

Com o progresso tecnológico aliando cada vez mais a sustentabilidade à economia de recursos financeiros, a frota de carros verdes só tende a aumentar. 


Segundo a consultoria Navigant Research, atualmente a frota mundial de carros com propulsão elétrica (híbridos, híbridos plug-in e 100% elétricos) já chega aos 17 milhões de veículos e deve alcançar a marca dos 35 milhões até 2022. O número equivale a mais que o dobro da frota atual de carros do Estado de São Paulo, que é de 16 milhões.

 

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