Excesso de velocidade, avanço de sinais e desrespeito aos pedestres são algumas das situações enfrentadas todos os dias pelos juiz-foranos no trânsito da cidade. A sinalização precária é outro problema a ser vencido. A Tribuna percorreu alguns bairros e constatou que, em determinados lugares, o pedestre precisa se arriscar em meios aos veículos, já que não existe faixas para a travessia. Em outros pontos, o equipamento de segurança está em péssimo estado de conservação. Na Rua José Lourenço, via que liga o Bairro Borboleta ao São Pedro, região Oeste, por exemplo, não existe faixa de pedestre. A velocidade máxima permitida no trecho é 40 km/h, no entanto, segundo os moradores, a regra não é respeitada. Outro problema é a falta de calçada em alguns trechos, tomados pelo mato, obrigando pedestres a caminharem pelo asfalto.
A professora Maria Aparecida Calisto Costa, 56 anos, acredita que a solução seria a implantação de um redutor de velocidade. "Já houve um atropelamento na rua. Dou aula particular, e quando os pais não podem trazer os alunos aqui em casa, desço para buscá-los. Eles não conseguem atravessar sozinhos." O comerciante Rogerio de Abreu, 52, que passa todos os dias pela rua, completa: "A via é mal sinalizada, você não sabe onde ela começa e onde termina. Já vi diversas irresponsabilidades cometidas por motoristas, principalmente relacionadas a ultrapassagens indevidas."
De acordo com a subsecretária Operacional de Transporte e Trânsito da Settra, Izamari Machado, os pedidos para reforçar a sinalização e instalar um redutor de velocidade na José Lourenço estão sendo estudados. Sobre a situação do mato, a assessoria do Demlurb informou que o serviço de capina será incluído na programação deste mês.
Região Nordeste
Na Avenida Juiz de Fora, na Zona Nordeste, a mesma realidade se repete. Da rotatória que dá acesso aos bairros Parque Guarani e Vivendas da Serra até o trevo do Granjas Betânia, um trecho de 1km e 400 metros, existe apenas uma faixa de pedestre pintada e visível sobre a via. Outros dois indícios que apontam ser uma travessia podem ser notados próximo a uma faculdade particular. A operadora de telemarketing Lisandra Andrade, 35, tem que levar o filho todos os dias a uma creche no Granjas Betânia. "Tenho dificuldades para atravessar, fico com medo, ainda mais com criança no colo."
A subsecretária atesta que a Avenida Juiz de Fora foi revitalizada recentemente. "Vamos enviar uma equipe ao local para verificar as condições das faixas de pedestres." Em relação à travessia específica para o trevo do Granjas Betânia, ela afirma que já existe um pedido para a área em fase de estudo.
Ainda na região Nordeste, no Bairro Santa Terezinha, moradores reclamam do excesso de velocidade dos veículos no cruzamento das ruas Custódio Tristão e Josué de Queiroz, sendo que, nesta última, a sinalização horizontal está totalmente apagada. O trecho já foi palco de inúmeros acidentes. "Na última semana, foram três colisões. Em uma delas, o carro só parou depois que atingiu a árvore", diz a enfermeira Maria Elizabeth da Silva Pereira, 55. O jornalista Onofre Guedes, 60, completa: "A Prefeitura já tem conhecimento do problema, mas nada foi feito."
Izamari Machado garante que a sinalização da Rua Josué de Queiroz já está na programação. Em relação ao redutor de velocidade para o local, a subsecretária informa que o pedido está sendo avaliado.
Radar
O excesso de velocidade também é uma queixa de quem reside na Rua Olegário Maciel, no Bairro Santa Helena. Em menos de dez minutos, a Tribuna flagrou mais de oito veículos avançando o sinal na esquina com a Rua Pasteur. Moradores pedem a implantação de radares na via. A subsecretária Operacional de Transporte e Trânsito, Izamari Machado, explica que não há equipamento disponível. "Estamos pensando em fazer um rodízio com os radares instalados recentemente nas avenidas Brasil e Rio Branco, na região central, e Doutor Paulo Japiassu, no Cascatinha. Nossa intenção é, depois de seis meses de implantação, avaliar a eficácia dos dispositivos. Se não houver mais necessidade, vamos retirá-los e instalá-los em outros pontos. Entre os critérios a serem levados em conta, está o número de infrações registradas na via", esclarece.
Leia também:
Em Juiz de Fora, especialista britânico discute mobilidade urbana em seminário
Pesquisa roda 400 ônibus para definir melhor rede de transporte em MG
Sistema de transporte coletivo será reestruturado em Juiz de Fora