Em Maceió, empresas de ônibus gastam mais com óleo diesel

Consequência disso é a falta maior de investimento no próprio sistema, afirma a Associação dos Transportes de Passageiros do Estado de Alagoas

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Fonte: Primeira Edição  |  Autor: Da redação  |  Postado em: 29 de janeiro de 2014

A cada 2,5 km percorridos o coletivo gasta 1 litro

A cada 2,5 km o coletivo gasta 1 litro de óleo diesel

créditos: Divulgação

 

Os insumos referentes aos gastos com o transporte público coletivo em Maceió teve um salto no período de fevereiro 2012 a janeiro deste ano. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), somente com o  óleo diesel e lubrificantes usado pelos ônibus, o aumento foi de mais de 20%. O preço do litro do diesel nas distribuidoras (ANP), por exemplo, neste mês de janeiro está em média R$ 2,20, sendo que no mesmo período do ano de 2012 o valor era de R$ 1,81.

 

E a consequência disso, segundo a Associação dos Transportes de Passageiros do Estado de Alagoas (Transpal) recai na falta de investimento no próprio sistema. “Hoje, boa parte da distribuição dos custos das empresas de ônibus está voltada para o pagamento do óleo diesel e pessoal. Como consequência, tem-se uma diminuição natural do que poderia ser aplicado na melhoria da frota com ônibus mais novos, por exemplo”, explica a superintendente do órgão, Ana Lúcia Martins ao lembrar que mesmo assim, todos os coletivos de Maceió operam dentro do tempo de vida útil em media de 5,7 anos.

 

Segundo a superintendente, reajustes nos preços dos pneus, recapagem, peças e nos valores de ônibus novos são fatores que potencializam uma maior falta de investimento no transporte oferecido à população. “Para se ter ideia, em média, a cada 2,5 km percorridos o coletivo gasta 1 litro de óleo diesel. Se compararmos com os carros mais populares, a média é de 13 Km com 1 litro de gasolina”, salienta Ana Lúcia.

 

Em julho do ano passado, outro fator determinante para o alto custo da manutenção das empresas é o pagamento da atual folha salarial, encargos e benefícios dos funcionários que hoje atinge quase 50% do custos do sistema de transporte  segundo levantamento feito recentemente pela Transpal. “Após acordo coletivo, foi inserido o plano de saúde a partir 2012. Não somos contra ao incentivo salarial, claro que não. Mas, para poder operar tudo isso é necessário um equilíbrio econômico  financeiro das empresas, o que atualmente não existe”, frisa a superintendente.

 

Amanhã (30), acontecerá a primeira audiência pública para debater o processo licitatório do transporte por ônibus na capital. O espaço será aberto para que os cidadãos e representantes de empresas interessadas possam opinar sobre o transporte público e o processo licitatório. A expectativa, de acordo com a Transpal, é que as empresas, mesmo diante das dificuldades possam se adequar dentro dos critérios proferidos pela licitação.

 

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